Líderes mundiais do G20 ignoram protecionismo e isolam EUA sobre clima
A cúpula do G20 em Osaka, no Japão, terminou neste sábado (29) com um alerta sobre as tensões geopolíticas e comerciais no mundo, mas sem citar a palavra “protecionismo” e sem unanimidade sobre as questões climáticas.
Após intensas negociações, a declaração final do encontro diz que os líderes do G20 prometem “trabalhar juntos para promover o crescimento econômico global, aproveitando o poder da inovação tecnológica, em particular a digitalização, e sua aplicação para o benefício de todos”.
Na questão ambiental, assim como acontecera no G20 de Buenos Aires, os líderes não conseguiram convencer o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a firmar uma declaração unitária contra as mudanças climáticas.
À exceção dos EUA, todos os membros do G20, inclusive o Brasil, se comprometeram com a “plena implantação” do Acordo de Paris, considerado como “irreversível” pelos países. Em breve encontro com o presidente da França, Emmanuel Macron, Jair Bolsonaro garantiu a permanência do Brasil no tratado climático, o que possibilitou a conclusão do histórico acordo comercial entre União Europeia e Mercosul.
Neste sábado, no entanto, Bolsonaro disse ter falado para a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, que o país é alvo de uma “psicose ambientalista” e que os europeus o tratam de forma “colonialista”.
“Não é porque eles destruíram as matas deles que vamos destruir as nossas”, declarou o presidente, que convidou Macron para conhecer a Amazônia e ver que “não existe o desmatamento tão propalado”.
Após a cúpula do G20, o presidente francês disse que ainda é preciso “fazer mais” contra as mudanças climáticas. “Evitamos andar para trás, mas precisamos ir muito além”, declarou. Já Merkel reforçou o desejo de zerar as emissões de gases do efeito estufa na Alemanha até 2050.
(Fonte: Terra)