Lira isenta Nikolas, mas pede punição a deputado eleito que negou depredação
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que não enxerga crimes praticados pelos deputados eleitos Nikolas Ferreira (PL-MG), Clarissa Tércio (PP-PE) e André Fernandes (PL-CE), incluídos em um pedido feito por um grupo de advogados à Procuradoria Geral da República (PGR) para que respondam por incitação aos atos praticados no último dia 8 de janeiro, que culminaram na invasão da sede dos Três Poderes. Apesar disso, ele defendeu a punição de outro futuro parlamentar, Abílio Brunini (PL-MT), que fez um vídeo negando a depredação da Câmara.
“A princípio eu conversei com os três parlamentares, a PGR foi provocada. Eu tenho inclusive, uma audiência com o procurador Aras pra pedir a punição daqueles que a polícia legislativa conseguiu prender e identificar dentro das dependências da Câmara. Mas eu não vi, nos três parlamentares, e eu vou citá-los deputado Nikolas, deputado André e deputada Clarissa, Ceará, Pernambuco e Minas Gerais, nenhum ato que corroborasse com os inquéritos”, disse o presidente da Câmara, que evitou citar outros parlamentares já incluídos em pedidos feitos pela PGR.
“No inquérito não (vi) né? Inclusive com relação ao que está posto, tem postagem de seis meses anteriores ao fato”, complementou.
Nesse momento, Lira citou o episódio do deputado Abílio Brunini, que filmou o salão verde da Câmara para negar a depredação. O presidente da Casa não citou o nome do parlamentar, mas destacou que estava tratando aquele caso.”Se tiverem responsabilidades todos que tiverem responsabilidades vão responder Inclusive parlamentares que andam difamando e mentindo com vídeos dizendo que praticamente houve inverdades nas agressões que a Câmara dos Deputados sofreu no seu prédio, né? Então, esses deputados serão chamados à responsabilidade, porque todos viram, as cenas são terríveis, violentas, gravíssimas”, disse, complementando: “Então, eles terão que ser chamados a responsabilidade porque, de qualquer maneira, um parlamentar eleito e não pode estar divulgando fatos que não condigam com a realidade”, disse.
Lira afirmou que servidores da Câmara trabalharam até de madrugada, dia e noite para que fosse possível fazer a sessão à noite que votou o pedido de intervenção. “Com quatrocentas pessoas trabalhando pra limpar o tapete encharcado, queimado, não é? Agora, ninguém foi pras lideranças, né? A gente usou só o plenário da Câmara que mais uma vez, eu repito, foi preservado minimamente atingido pela pelo serviço da polícia legislativa”, disse ele.
Na coletiva, que deu ao lado da governadora interina do Distrito Federal, Celina Leão (PP) e do interventor federal na segurança, Ricardo Cappelli, Lira também comentou a inclusão de Bolsonaro em um inquérito que investiga os atos de 8 de janeiro, a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR). Ele afirmou que cada um responde pelos seus atos. (O Tempo)