Maior do interior do MT: Rondonópolis comemora 70 anos com desafios, revela consulta

Rondonópolis, principal e mais populosa cidade do interior do Estado de Mato Grosso,  comemora neste domingo (10), 70 anos de emancipação político-administrativa. O município tem uma história de pleno desenvolvimento econômico, alavancado ao longo destes anos , pela força de trabalho e os sonhos de sua gente de sempre buscar dias melhores.

O jornal A Tribuna, mais antigo veículo de imprensa da cidade, foi às ruas para conversar com alguns moradores sobre esta marcante data que a cidade alcança e o sentimento de cada um em relação à “Terra de Rondon”, que se destaca no cenário nacional como uma das estrelas do agronegócio. O que ouviu dos rondonopolitanos nascidos aqui ou de coração foram elogios à cidade e desejo de melhorias para os anos que virão.

“Segunda maior economia de Mato Grosso, Rondonópolis oferece oportunidade a todos”, diz o comerciante Laion Alves da Silva, de 35 anos. “Tem muita oportunidade, muito trabalho”. Nascido na cidade, ele declarou que gosta “demais de viver aqui e o que Rondonópolis tem de melhor é o seu povo, que é muito acolhedor”. Morador do bairro Granville 1, o comerciante ressalta, entretanto, que a sua terra natal ainda carece de mais opções para diversão e apresentações culturais.

Oportunidade foi o que fez com que Camila Vieira, de 25 anos, trocasse, em 2019, Itiquira por Rondonópolis. “Aqui é uma cidade muito boa, com bastante oportunidades. Desde que eu vim para cá, há quatro anos, eu nunca fiquei sem emprego”, atesta ela, que, no momento, trabalha como operadora de caixa.

Moradora do Dom Osório, Camila conta que não pensa mais ir embora de Rondonópolis. “Quero crescer com a cidade. Não penso em me mudar daqui”, reafirmou.

Observa, no entanto, que a cidade precisa melhorar a questão da segurança pública e o trânsito, que necessitam de mais investimentos para acompanhar o crescimento de Rondonópolis.

Moradora da Rua Pedro Ferrer, na região central da cidade, a dona de casa Anivalda Maria Gomes, de 76 anos, fala com carinho da cidade que a acolheu e que viu se transformar. “Rondonópolis cresceu demais e continua crescendo”, observou a dona de casa que, para criar os filhos, trabalhou como cobradora da antiga Transcol, lavadeira e como empregada doméstica.

Natural de Pedro Gomes, no Mato Grosso do Sul, Anivalda chegou no início dos anos 70 e a cidade contava com poucas casas. “Fico feliz em ver no que o município se transformou. Gosto muito de viver aqui. Rondonópolis é tudo para mim, aqui criei meus três filhos. Eu me sinto uma rondonopolitana e não troco esta cidade por nenhuma outra”, garante.

Todavia, a dona de casa observa que a questão da segurança pública precisa melhorar, uma vez que o aumento da criminalidade a preocupa. “Hoje, aqui não é mais uma cidade tranquila. Mudou muito. A bandidagem está aí e a violência aumentou bastante. Então, tem que melhorar a segurança”, frisou ela.

Outro que viu a cidade se transformar ao longo dos anos num grande polo de desenvolvimento de Mato Grosso é o aposentado Luís Manoel, de 76 anos. Natural de Ceará-Mirim, no Rio Grande do Norte, ele veio para Rondonópolis no final dos anos 60 tentar “uma vida melhor”.

Lá na sua terra natal, ele trabalhava como cortador de cana e não tinha perspectivas. Aqui, na terra de Rondon, ganhou uma profissão, a de barbeiro, de onde tirou o sustento de sua família “e uma vida tranquila financeiramente hoje”.

Seu Luís Manoel diz ainda que não tem nada para reclamar da cidade. “Quero o melhor para o futuro de Rondonópolis, que se tornou a minha cidade”, pontuou.

Natural de Rondonópolis, o estudante do ensino médio, Victor Vieira Araújo, de 15 anos, diz sentir orgulho da sua cidade, que oferece muitas oportunidades de crescimento para os seus moradores.

“Gosto muito de viver aqui. Rondonópolis cresce muito e oferece condições de estudo e trabalho”, reiterou, apenas fazendo uma ressalva. “O poder público aqui precisa investir mais em esportes e atividades culturais para diversão da juventude”.

História e povoamento – O nome de Rondonópolis é dado em homenagem ao Marechal Cândido Rondon, protagonista da integração desta região com o Brasil. Ele aportou por estas terras ainda no começo do século, rompendo barreiras para construir bases da comunicação.

Rondonópolis sofreu com a febre do ouro e, quando começou a desenvolver como cidade, sofreu a “febre do ouro”, com seus habitantes migrando para a vizinha Poxoréu, deixando o hoje município apenas  na condição de distrito. Com o fim da corrida do ouro, houve o retorno das pessoas, anos depois, para a cidade de origem, começando o assentamento definitivo delas.

A emancipação adveio da Lei estadual 666, de 1953, que lhe outorgou a alcunha de município; inicialmente (em 1920), fora distrito de Santo Antônio do Leverger e, a partir de 1938, passou à condição de distrito de Poxoréu, que na época era um recém-criado município. Ou seja, diferente de todos municípios mato-grossenses, o povoamento não aconteceu de um processo linear, contínuo e homogêneo, mas foi marcado por rupturas, heranças do passado e germes do futuro.

Conclui-se assim que, antes de romper os laços com Poxoréu em 1953, havia todo um “caminhão de história” que ficou vagando pelos caminhos empoeirados das estradas improvisadas e que deixou o vilarejo de Rondonópolis quase que esquecido, assim como seus povoadores e a data de sua fundação.

(Fonte: A Tribuna, com redação)

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