Mato Grosso enfrenta a pior seca em 44 anos

Mato Grosso está entre os 16 estados brasileiros que estão enfrentando atualmente a pior seca dos últimos 44 anos para o período de maio a agosto. Os dados foram divulgados pelo Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais), do Governo Federal, ao G1.

Entre os estados brasileiros atingidos, Mato Grosso é um dos que possui maior área afetada por essa seca prolongada. Todos os 142 municípios enfrentam seca moderada, severa ou extrema. Na Capital, a seca já dura mais de 4 meses. A última chuva ocorreu em 18 de abril, portanto há 130 dias.

A seca severa diminui o nível dos rios, afetando diretamente o abastecimento de água de diversos municípios. Segundo o Observatório da Marinha, o rio Cuiabá atingiu na última semana 85 centímetros, pior marca do ano.

Dezenas de municípios do interior já decretaram situação de emergência devido à seca severa. Entre eles estão Poconé, Nossa Senhora do Livramento, Barão de Melgaço, São José dos Quatro Marcos, entre outros.

No momento, ainda não há previsão de chuvas para a região pelo menos até a próxima semana. Com o retorno da onda de calor após a rápida friagem do fim de semana, a umidade relativa do ar deve voltar a níveis críticos de deserto, abaixo de 20%, ainda esta semana.

Se a falta de chuvas se prolongar pelas próximas semanas, os danos devem ser ainda maiores e mais municípios devem declarar emergência. Segundo especialistas, a estiagem atual está sendo longa e vem depois de um período de chuvas com volumes muito abaixo da média histórica.

Outras consequências – A falta de chuvas aliada às altas temperaturas desta época do ano provoca também uma situação favorável ao aparecimento de queimadas, devido à vegetação mais seca. Mato Grosso é o estado brasileiro com mais focos de calor registrados no mês de agosto.

Os dados são do sistema de monitoramento do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) no período do dia 1º até o dia 22. Na ocasião, foram registrados 7.466 focos.

Na última semana, a região metropolitana de Cuiabá esteve encoberta de fumaça em diversos momentos devido às queimadas. Áreas próximas à Av. do CPA, no Morro da Luz, na saída para o Distrito da Guia e na MT-251 rumo a Chapada dos Guimarães foram alguns dos locais atingidos.

Outro setor que sofre devido à estiagem é o agro. Sem o retorno das chuvas, os produtores podem ter queda na produção e retardar o início do plantio.

A seca prolongada pode também diminuir o nível dos reservatórios das hidrelétricas, tornando a energia mais cara. De acordo com o Boletim da ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), o Lago do Manso, por exemplo, possui seu volume útil em 45,25% da sua capacidade total no momento.

(Midianews)

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