Médico que atua na Cassems fala sobre a Hanseníase

O Dia Mundial contra a Hanseníase ocorre no último domingo do mês de janeiro, data instituída pela Lei nº 12.135/2.009. A hanseníase é uma patologia infecciosa, contagiosa, causada pelo bacilo Mycobacterium leprae. A transmissão acontece por meio de contato próximo e contínuo com um paciente que não recebeu tratamento. A sua evolução pode apresentar diversas manifestações clínicas, exteriorizadas, principalmente, por lesões dos nervos periféricos e cutâneas com alteração de sensibilidade.

De acordo com dados do Boletim Epidemiológico Especial da Hanseníase, do Ministério da Saúde, no Brasil houve um total de 137.385 novos casos identificados e diagnosticados como hanseníase em 2021. Para desmistificar o tema, é importante ouvir o que os profissionais da saúde falam sobre o assunto. O médico generalista Igor Lemos, que atua na Clínica da Família da Cassems, aborda o tema.

O que é a hanseníase?

A hanseníase é uma doença causada por uma bactéria que pode ser contraída pelo ar. Normalmente, a transmissão ocorre entre pessoas que são da mesma família ou que convivem em ambiente fechado constantemente. Então, encontrar uma pessoa que tem hanseníase apenas uma vez pode não transmitir, como é o que acontece com o coronavírus, por exemplo. É uma doença neurológica e dermatológica.

Quais são os sintomas da Hanseníase?

Os sintomas podem demorar até 10 anos para aparecer, o que torna a doença difícil de diagnosticar. Pessoas com boa imunidade demoram mais para apresentar os sintomas. A bactéria atinge os nervos e podem alterar, com o tempo, a sensibilidade da pele na região da mancha. Então, é possível que surja uma única ou várias manchas, e também prejudicar o funcionamento dos nervos, levando a atrofia muscular.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é feito com uma consulta que pode levar de 40 minutos à 1 hora. O profissional de saúde faz o teste térmico, doloroso e de sensibilidade da pele, até a anamnese do tempo de evolução das manchas que o paciente tem. A bactéria tem preferência por regiões frias, como a parte externa do braço. E, associado a isso, a palpação de nervos.

Como é feito o tratamento de hanseníase?

Para o tratamento, existem duas modalidades. Existe a hanseníase multibacilar, em que a bactéria está proliferada e não isolada no corpo. Então, nesses casos, o tratamento é mais longo, chegando em torno de um ano. No outro caso, há a hanseníase paucibacilar, em que há poucas bactérias e não houve proliferação. Logo, o tratamento pode ser feito em até seis meses.

Quais as medidas de prevenção para hanseníase?

Normalmente, a gente previne algo que a gente vê. Com a hanseníase, às vezes, é invisível. Pode ser até complicado explicar para um paciente acometido pela doença que ele deve tomar remédio por um ano, se ele não sente nada, pelo contrário, a doença tira a sensibilidade.

É correto chamar a hanseníase de “Lepra”?

Esse termo é muito inadequado nos dias de hoje. Antigamente, há muitos anos, não se sabia a causa. A doença ia evoluindo e prejudicando os nervos. Hoje, o tratamento é feito de maneira precoce, a pessoa não tem prejuízo nenhum. Então, não dá pra aceitar estigma com essa doença. (Da assessoria)

 

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