Menino autista encontrado preso em canil também era dopado e mantido dentro de lata de lixo

A mãe e uma avó de uma criança autista, de 8 anos, foram presas por manterem ela em cárcere privado dentro de um canil no município de Belford Roxo, no Rio de Janeiro. Ela foi vítima de diversos maus-tratos por ser uma criança “muito agitada”, conforme a avó e a mãe. De acordo com as denúncias, além de ser mantido a maior parte do tempo no quintal da residência, o menino, quando dentro do imóvel, permanecia dentro de uma lata de lixo. As informações são do jornal Extra.

Ainda conforme as denúncias, era comum que a criança fosse dopada “com fortes doses de calmantes”, além de dormir totalmente amarrada a uma cama. Na segunda-feira (17/05), a criança foi resgatada e a Polícia Civil prendeu a mãe e a avó materna. As duas foram indiciadas pelos crimes de tortura e cárcere privado e podem ser condenadas a pena superior a 15 anos de prisão.

No dia prisão, a mãe e a avó alegaram que a criança tinha problemas mentais e era mantida presa para não fugir. Por conta das lesões e estado de saúde, a criança foi levada para atendimento médico.

Após a atuação dos policiais, a criança foi encaminhada a um hospital da região para cuidar do seu estado de saúde, mas, com a recuperação, já está aos cuidados do Conselho Tutelar.

Violência contra crianças

Casos de violências contra crianças cresceram nos últimos meses. O Disque 100, serviço de denúncias do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, registrou 95.247 denúncias em 2020 contra 86.800 em 2019. Este é o maior patamar desde 2013. No caso do Distrito Federal, houve um aumento de 236,13% nas denúncias em 2020, segundo a Secretaria de Justiça (Sejus). A maior parte delas relacionada a negligência.

A média é de quase 11 denúncias por hora. Porém, o número pode ser muito maior devido a baixa notificação. A maior parte das agressões acontecem no ambiente familiar, o que dificulta que sejam identificados. Segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), 60% das agressões acontecem dentro de casa. (Isto É/Correio Braziliense)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *