Mercado de telecom deve crescer em 2023, prevê CEO da Fibracem
Um dos principais setores da economia nacional, o de telecomunicações, deve avançar de forma significativa a partir de 2023. A perspectiva positiva se baseia no desejo declarado pelo novo governo em priorizar investimentos em áreas estratégicas que, segundo eles, são importantes e fundamentais, como é o caso da educação. Com isso, a tendência é que o mercado de telecom seja impactado com uma onda de investimentos em tecnologia e infraestrutura de rede.
“A área educacional exige uma série de investimentos, como em softwares e infraestrutura de redes para o desenvolvimento de pesquisas. E isso deve induzir a um ótimo cenário para as empresas que hoje trabalham no setor de tecnologia da informação e de telecomunicações, por exemplo”, analisa a CEO da Fibracem, indústria brasileira especializada no setor de comunicação óptica, Carina Bitencourt (foto).
Outro mercado que provavelmente deve contribuir para o retorno de investimentos para o setor de telecom é o da construção civil. “Ao favorecer incentivos a estas áreas o segmento de telecomunicações acaba se beneficiando, por conta do possível crescimento da demanda de internet, banda larga, melhorias em cabeamentos ópticos e, inclusive, revisões de data centers”, comenta.
Ganhos do telecom com o 5G
Ainda segundo a executiva, outro fator que deve ajudar o setor da indústria de telecom a avançar positivamente é a chegada rápida do 5G dentro das grandes empresas. Isso pois, segundo ela, a tendência é que as companhias se tornem uma espécie de ‘corporações 4.0’, passando a investir em equipamentos e maquinários cada vez mais inteligentes, sofisticados e tecnológicos.
“Equipamentos com essa natureza demandam mais fibra óptica, processamento de dados e troca de informações com softwares, o que no conjunto da ópera, o resultado são informações mais precisas para o melhor desenvolvimento do negócio”, ressalta.
Real industrialização é um dos desafios para 2023
Ainda segundo a CEO da Fibracem, um dos principais desafios que o setor deve encarar em 2023 é tornar o Brasil um país industrial de verdade. Para Carina, os últimos anos convivendo com a pandemia colocou em evidência a preocupação em ser totalmente dependente de um único polo industrial internacional, o que segundo ela pode ser um erro crítico.
“E isso não quer dizer que as grandes corporações internacionais voltem a se instalar no Brasil só com a linha de montagem, deixando toda tecnologia e o processo de pesquisa e desenvolvimento no país sede. É necessário incentivar essas companhias a ter todos esses setores localmente, para que elas sejam consideradas indústrias de fato, além de claro, investir em maquinários, em segurança e qualificação de colaboradores”, afirma. “Tudo isso vai contribuir para que o Brasil se torne cada vez mais um polo industrial”, acrescenta.
Movimentos de mercado de ISPs que ainda devem permanecer
De acordo com a executiva da Fibracem, alguns movimentos de mercado como fusões e adesões às redes neutras ainda devem se manter firmes em 2023. Para ela, o modelo de economia compartilhada [redes neutras], por exemplo, já vem sendo vista como uma alternativa valiosa para o progresso da comunicação óptica e, consequentemente, para a evolução da distribuição de internet no Brasil.
“Esse é um negócio interessante, pois abrem portas para pequenos e médios provedores, que possuem total conhecimento deste mercado, estão apostando nestes projetos de redes neutras, pois elas possibilitam inúmeros benefícios, tanto para o dono da rede, que ganha em escala quanto para um provedor de internet ou até mesmo uma operadora, que tem a oportunidade de atender a uma nova carteira de clientes em regiões onde o mesmo não possui infraestrutura de rede própria”, finaliza. (Da assessoria)