Mesmo depois de morta, advogada de MS é vítima de racismo e polícia investiga
Mesmo após sua morte, a jovem trans e advogada Alanys Matheusa, foi vítima de ataques transfóbicos nas redes sociais. O crime foi denunciado para a polícia, que já registrou boletim de ocorrência e iniciou as investigações. O caso será enquadrado como crime de racismo. “Como existiu demora em aprovar uma lei que criminalize a transfobia, o Supremo decidiu enquadrar ao crime de racismo”, explicou o delegado Bruno Urban, da 7ª delegacia de Polícia Civil da Capital.
Alanys morreu no dia 14 de abril em Campo Grande após sofrer uma parada cardiorrespiratória. A morte da primeira mulher trans negra a se tornar advogada em Mato Grosso do Sul, também tomou repercussão nas redes sociais. Diversas manifestações transfóbicas chegaram ao conhecimento do Ministério Público, que denunciou o caso para a Polícia Civil.
O delegado Bruno Urban está a frente das investigações. Ele explicou que duas pessoas são investigadas. “São dois perfis que fizeram manifestações preconceituosas contra ela. Essas pessoas serão devidamente identificadas, intimadas e indiciadas”, disse Urban.
Trans, advogada e negra
A jovem ganhou notoriedade nacional no último ano após ser destaque na revista Intercept Brasil como a primeira mulher trans negra a se tornar advogada em Mato Grosso do Sul.
Alanys conquistou uma bolsa de 100% do Prouni em uma universidade de Campo Grande e passou na prova da OAB ainda enquanto estudava. A formatura da jovem aconteceu no fim do ano passado. A jovem já estava além de outras mulheres trans e travestis, que já tem como desafio a conclusão do Ensino Fundamental e Médio.
(Midiamax)