MISS CADEIRANTE 2020: Concurso de beleza visa empoderar e enaltecer a beleza de mulheres cadeirantes no Brasil

Leia Salles, Miss Cadeirante 2018, é embaixadora do projeto no Brasil – Foto: Divulgação

Desde sempre a beleza feminina foi tema de odes, poesias, canções e epopeias. Contudo, nos tempos modernos a beleza também virou profissão e também virou troféu. Os concursos de miss se multiplicam mundo a fora, e no Brasil não seria diferente. O número de concursos e competições envolvendo a beleza são quase incontáveis. Porém, há três anos surgiu uma nova modalidade de concurso pensada em suprir algumas lacunas deixadas pelas competições padrão. O Miss Cadeirante.

Mas antes de falarmos exclusivamente sobre beleza, falemos sobre carisma. Antes de olhar para as limitações, vamos falar sobre capacidade. Ao invés de esperar por pena, elas mostram que são dignas de orgulho e, por isso, orgulhosas!

Concorrer a um título de miss vai inegavelmente além de sorrisos treinados e discursos ensaiados. Tem a ver com representatividade e dar espaço para toda a capacidade de ser absolutamente tudo o que quiser. Aliás, a beleza não mora na melhor maquiagem, tampouco na roupa mais estonteante. A beleza é cultivada no amor e aceitação.

Origem
A idealizadora do projeto é a carioca e artista cadeirante Luciene Rufino

O Miss Cadeirante surgiu em 2017. É um concurso que objetiva a inclusão da pessoa com deficiência em uma atividade cultural tradicional no universo feminino. A fim de enaltecer a beleza da mulher com deficiência física, que transcende a cadeira de rodas.

A idealizadora do projeto é a carioca e artista cadeirante Luciene Rufino. “Eu tive poliomielite aos 8 meses de idade e nunca foi para mim motivo de tristeza, depressão e tudo mais. Eu percebi que poderia utilizar a deficiência ao meu favor e nunca contra mim”, revelou.

Luciene é pedagoga e pós graduada em psicopadagogia. Trabalhou na Fundação Municipal Lar Escola Francisco de Paula com pessoa com deficiência e também foi professora supervisora da Fundação Xuxa Meneguel por cinco anos. Sempre lutando pelas mulheres e pessoas com deficiência no incentivo de políticas públicas que visem a acessibilidade.

Além disso, Luciene foi a primeira cadeirante brasileira campeã mundial de jiu-jitsu. É dançarina, bancária e, atualmente, estudante de direito. É mãe, palestrante e administra seu lar sozinha. Certamente Lu (como gosta de ser chamada) é um exemplo de que não é o corpo que impõe limites ao seu destino, mas sim o pensamento.

O concurso

Devido à pandemia, o Miss Cadeirante 2020 acontecerá de forma virtual. Com voto popular através das redes sociais do concurso e também com o auxílio de quarenta jurados que darão seus vereditos através de vídeos. Embora o resultado do concurso seja divulgado somente dia 30 de junho, as inscrições se encerraram no dia 5 de maio.

Até o momento a região sul conta com duas participantes paranaenses, uma catarinense e seis candidatas gaúchas. O público pode votar através de curtidas, comentários e compartilhamentos. À candidata com maior número de interações será creditado 10 pontos na competição.

Então conheça as candidatas, vote e participe.

(Por Rosane dos Anjos, da Revista Acontece Mais)

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