Morte de menino que caiu do 9º andar de prédio gera revolta nas redes sociais
Um menino de apenas 5 anos morreu, na terça-feira (02/06), após cair do 9º andar de um prédio na zona metropolitana de Recife, capital de Pernambuco. A tragédia, no entanto, terminou em prisão após a polícia confirmar que a criança, Miguel Otávio Santana da Silva, estava sob a responsabilidade da patroa da mãe, uma empregada doméstica que passeava com os cachorros na hora da queda.
Ao chamar pela mãe, ele foi colocado sozinho no elevador pela dona do apartamento, se perdeu e foi parar em uma área de escape do ar condicionado. Neste momento, caiu.
O caso gerou enorme comoção nas redes sociais devido a falta de ação da patroa, que deixou-o ir no elevador enquanto fazia as unhas no apartamento de luxo. Segundo o delegado Ramón Teixeira, da Delegacia Seccional de Santo Amaro, a mulher foi presa em flagrante por homicídio culposo nos termos do Art. 13 do Código penal, que trata do “não cumprimento da obrigação de cuidado, vigilância ou proteção”, mas responderá ao processo em liberdade por ter pago R$ 20 mil em fiança.
“A responsabilidade legal, naquela circunstância, temporariamente jazeria sobre a empregadora. A criança, filha de sua funcionária, permaneceu na sua unidade sob sua responsabilidade. Ela tinha o poder e dever naquele caso de cuidar daquela criança e impedir, em última análise a ocorrência do trágico resultado que, é bom enfatizar, advém de uma tragédia, uma fatalidade”, afirmou o delegado em uma coletiva de imprensa.
Segundo as primeiras fases das investigações, as imagens de segurança do elevador mostra uma sequência em que a moradora do prédio não consegue tirar Miguel do elevador, aperta um dos andares acima do qual ela morava e deixa a porta se fechar. “Quando o elevador para, no nono andar, a criança desembarca – local de onde viria a cair fatalmente”, disse Teixeira. Segundo testemunhas, Miguel chamava pela mãe antes de cair.
Nas redes sociais, políticos, personalidades e demais internautas se revoltaram com o caso tanto pelo fato da mãe da criança estar trabalhando em plena pandemia, quanto pelas imagens divulgadas pela polícia. A corporação, no entanto, não divulgou o nome da patroa – o que causou mais questionamentos, inclusive da mãe da Miguel.
“Se fosse eu, meu rosto estaria estampado, como já vi vários casos na televisão. Meu nome estaria estampado e meu rosto estaria em todas as mídias. Mas o dela não pode estar na mídia, não pode ser divulgado”, disse Mirtes Renata Souza em entrevista à TV Globo, que afirmou que a patroa era Sarí Gaspar Corte Real, primeira-dama da cidade de Tamandaré.
(Carta Capital)