Morte de soldado em Rondonópolis: Família acusa Exército de tortura
Os familiares do jovem Rafael Marques Pereira, de 18 anos, registraram um boletim de ocorrência na segunda-feira (13), na Polícia Civil, após a morte do rapaz na última semana, em Rondonópolis. Rafael era soldado do Exército Brasileiro na cidade e morreu após um treinamento no batalhão, na sexta-feira (10).
De acordo com a mãe do militar, no dia 7 de abril o filho passou mal após um treinamento exaustivo de resistência física, onde os soldados eram obrigados a cumprir algumas etapas dos exercícios para poderem ganhar água e alimento.
Segundo ela, Rafael não conseguiu fazer todas as etapas e ficou sem receber água por um longo período. E mesmo depois de falar que não estava se sentindo bem, foi submetido a mais treinamentos e, ainda conforme ela, sobre pressão e constrangimento, continuou com os exercícios físicos.
Por volta das 13h30 daquele dia, o soldado passou a ter alucinações e vomitou bastante. Ele foi socorrido e encaminhado para UPA (Unidade de Pronto Atendimento) às 16h e somente às 19h a família afirma que foi comunicada.
O jovem acabou sendo encaminhado para uma unidade particular, onde permaneceu internado, mas não resistiu e morreu na última sexta-feira.
Conforme a mãe de Rafael relatou à Polícia Civil, seu filho deu entrada na UPA com histórico de desidratação “e rebaixado nível de consciência, confirmando a tortura e sofrimento que foi submetido no quartel do Exército”, diz trecho do BO.
A ocorrência foi registrada como tortura e deve ser investigada pela Polícia Civil da cidade.
Por meio de nota, a unidade do Exército de Rondonópolis lamentou a morte do soldado e afirmou que um inquérito militar será aberto para apurar as circunstâncias do caso. O resultado da apuração deve ser divulgado em até 40 dias.
(Por Jad Laranjeira, do Midia News)