Mundo tem 30 projetos de vacina contra o coronavírus
O diretor da unidade de virologia do Instituto Pasteur, Olivier Schwartz, diz nas páginas do jornal Le Figaro desta quinta-feira (19) que o mundo conta atualmente com cerca de 30 projetos de vacinas contra o coronavírus, lançados por startups, laboratórios farmacêuticos e centros nacionais de pesquisa.
Até que uma vacina possa receber a autorização de venda no mercado são necessários no mínimo dois anos, mas esta corrida científica é fundamental, mesmo a longo prazo, avalia o jornal francês.
Na segunda-feira (16), uma rede de institutos americanos de pesquisa médica (NIH) iniciou os primeiros testes clínicos de uma vacina produzida pela startup Moderna Therapeutics, em Seattle. Quarenta e cinco pacientes voluntários participam do protocolo.
Normalmente, uma vacina contém certas características enfraquecidas do micróbio, ou seja, um vírus inativo. O corpo humano, em contato com essa preparação microbiológica, passa a produzir anticorpos para se defender da doença. Mas, no caso da vacina contra o Covid-19 proposta pela startup americana, a estratégia é diferente e inovadora. Um pedaço do patrimônio genético do novo coronavírus, sintético, vai fazer o organismo produzir uma das proteínas do Covid-19. O paciente desenvolverá, então, uma resistência específica com anticorpos para neutralizar essa proteína. Segundo o diretor de virologia do Pasteur, nesse caso os testes clínicos podem durar de 12 a 24 meses.
Corrida mundial
Cientistas do instituto francês também estudam o uso de uma vacina contra o sarampo que poderia servir de modelo para prevenir o novo micróbio. “São dois vírus completamente diferentes, mas o princípio da proteína existente na vacina contra o sarampo poderia ser adaptado com informações do Sars-CoV-2”, explica Frédéric Tangy, diretor do laboratório de inovação vacinal do Instituto Pasteur. Os testes clínicos vão começar em setembro, espera Tangy.
Le Figaro relata que o laboratório alemão que o presidente americano Donald Trump tentou comprar, o CureVac, da cidade de Tubingen, desenvolve uma vacina que utiliza a mesma metodologia da startup de Seattle. Os alemães dizem que vão depositar em alguns meses o pedido de validação da vacina. Entretanto, um problema a ser contornado é o elevado custo de produção da vacina sintética. O objetivo de uma estratégia vacinal é que ela seja barata e acessível ao maior número de pessoas.
Nessa corrida contra o relógio, o laboratório francês Sanofi propõe disponibilizar dentro de pouco tempo um remédio barato contra o coronavírus. A cloroquina, medicamento indicado normalmente no tratamento da malária, poderia ajudar no desaparecimento do vírus. Com o aval das autoridades franceses, novos testes serão realizados por uma equipe independente para verificar a eficácia desse tratamento e os efeitos secundários em pacientes com o Covid-19, a fim de que as doses em estoque possam ser utilizadas para tratar os infectados.
(Fonte:RFI)