Música: Rondonópolis tem projeto de inclusão na pandemia
Os deficientes visuais de Rondonópolis estão tendo a oportunidade de desfrutar de uma excelente terapia durante a pandemia e, principalmente, expressar sua arte e talento. É o projeto “Toca Aquela – No ritmo da inclusão”, iniciativa que promove o entretenimento e a visibilidade da pessoa com deficiência por intermédio da interpretação de músicas.
O projeto é de iniciativa do maestro rondonopolitano Álvaro Ernesto Heinrich, que está empolgado com a repercussão e participação dos deficientes visuais. Ele conta que na primeira etapa do projeto houve a participação de 10 pessoas e que nesta segunda edição teve um aumento de 100%, chegando a 20 intérpretes. “É uma sensação maravilhosa de estar proporcionando e vivendo este momento com os deficientes”, exclama o Álvaro.
O maestro se diz impressionado com o talento e com o comprometimento dos participantes. “É muita emoção, estou muito orgulhoso em poder ajudar quebrar barreiras e participar deste cantar para a inclusão”, afirma Álvaro, destacando que os integrantes do projeto tem vozes lindas e são pessoas maravilhosas de se trabalhar o lado musical. O projeto foi viabilizado via edital da Lei Aldir Blanc.
Toda Aquela – No ritmo da inclusão, tem a participação de intérpretes experientes, mas recebeu também inscrições de deficientes visuais que nunca tinham contato com o microfone. É o caso da Keila de Souza, que tinha dificuldade em falar ao microfone e que quebrou esta barreira e agora solta a voz no festival organizado pelo maestro Álvaro.
A deficiente Aparecida Batista da Silva, a Cidinha, é mais uma entusiasta do projeto. Ela destaca principalmente o lado terapêutico da música para o momento atual. “Ajuda as pessoas com deficiência nesta terrível pandemia”, observa.
Delmiro Rosa da Silva, o Miro Rosa, é considerado um músico deficiente com certa experiência, tendo inclusive gravado CD. Ele participa do projeto e destaca sua importância para os deficientes. “Esta iniciativa é muito boa para mostrar o talento das pessoas com a deficiência, ajudando também no fortalecimento de sua auto-estima”, avalia Miro.
Outra veterana dos palcos que participa do projeto de inclusão é a deficiente Leandrina de Oliveira Pereira, a Dina Oliveira, que também tem trabalho gravado. Para Dina, o projeto do maestro Álvaro é uma oportunidade da pessoa com deficiência demonstrar seu talento. “´É uma valorização do talento que cada um tem. Os deficientes tem muitas qualidade e talentos, mas o que falta são oportunidades para a gente mostrar”, lembra Dina, que também é professora na rede estadual.
Os ensaios do projeto são realizados nas dependências do Centro de Reabilitação Louis Braile, obedecendo todas as medidas de biossegurança. Além do distanciamento, maestro Álvaro organizou os horários de forma espaçada para cada um, evitando que haja aglomeração. O uso constante de álcool em gel é outra preocupação com saúde dos deficientes e dos músicos integrantes do projeto.
Maestro Álvaro faz questão de agradecer o apoio da direção, coordenação, professores e corpo administrativo da escola, pelo apoio para que o projeto seja uma realidade no centro de reabilitação. Ele também agradece o comprometimento dos músicos da banda que garante os acordes para os deficientes soltarem a voz, no ritmo da inclusão.
Assista a primeira edição do projeto acessando aqui