Na constelação da Bienal Internacional do Livro, brilha a “Galáxia da Tipografia”, de Carlos Magno
Até o dia 15 de setembro, São Paulo é a capital da literatura mundial com a vigésima sétima edição da Bienal Internacional do Livro. Com mais de 600 expositores em 75 mil metros quadrados no Distrito Anhembi, a feira é um universo de opções para todos os gostos, idades e estilos. Dentro desta grande constelação, uma das estrelas é a poesia, com uma diversidade de obras. “Galáxia da Tipografia”, do poeta sul-mato-grossense Carlos Magno Amarilha, marcou seu espaço.
Com lançamento nas dependências do estande da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), o escritor lançou seu livro impresso pela Gráfica Viena, na presença de um público seleto e apaixonado por arte e poesia. O poeta recepcionou o público na noite de segunda-feira (9), distribuindo atenção e declamando poesias de seu livro. Momentos de cumplicidade entre artista e público, um contato memorável celebrado em um ambiente intimista e fraterno.
“A Galáxia de Gutemberg na Bienal de Internacional de Livros foi o reconhecimento de um trabalho de muitos anos. Gratidão à Gráfica Viena e a Abigraf por acreditar em nosso livro. A literatura permite voos saudáveis em uma viagem das maravilhas que os seres humanos herdaram de geração em geração. Bom demais. O livro liberta a alma com a literatura em ação”, comentou o escritor.
Conforme Carlos Magno, tudo na vida passa, como exércitos, poderes, guerras, modas, atitudes, entre outras coisas. “Somente a arte permanece. O livro passa de geração em geração, como uma das melhores invenções da humanidade. Viva a literatura, viva a invenção e criatividade que encantam todos nós, os amantes da arte. Por isso, a arte fica”, assinala.
O premiado cineasta Joel Pizzini fez questão de participar do lançamento da obra em São Paulo, onde deixou o set de gravação para ir conferir a obra de Carlos Magno. “Vim trazer meu afeto e testemunho a uma pessoa que sempre valorizou a arte e os artistas e que agora está tendo mais um reconhecimento pelo seu trabalho, com o lançamento de sua obra aqui na Bienal Internacional do Livro”, destacou o cineasta.
Julião Gaúna, presidente da Associação da Indústria Gráfica (Abigraf) também destacou a obra e o mercado editorial, cumprimentando o poeta por sua trajetória também como gráfico em MS e São Paulo. “O livro gera conhecimento e evolução e a indústria gráfica tem o orgulho de imprimir cultura e educação para a eternidade”, enfatizou o empresário.
Na juventude, Carlos Magno morou em São Paulo e cultivou boas amizades, especialmente quando estudava na faculdade. Entre a legião de amigos paulistas, Nelson Peres e Silvana Maria Silva fizeram questão de estarem no estande para prestigiar o evento. “Estamos felizes e orgulhosos em poder compartilhar este momento com o Carlos Magno e sua obra, pois ele faz parte de nossa trajetória”, afirmaram.
Sobre a obra – Segundo o escritor e crítico literário, Luciano Serafim, que prefaciou o livro, A Galáxia da Tipografia “representa a literatura, a criação, a inspiração e a formatação de pertencimento dos seres humanos pelo livro”.
“Galáxia” é uma grande estrutura formada por vários corpos celestes. As galáxias são classificadas conforme o seu formato. A principal e mais conhecida galáxia é a Via Láctea, em que se encontra localizado o Sistema Solar e o planeta Terra. A formação das galáxias está atrelada ao processo de origem do Universo, ou seja, da vida, da sobrevivência, do trabalho, da família, da religião e da poesia.
“Tipografia” significa a “impressão dos tipos”, nome mais comum para ‘fontes de letras’. Todas as peças de design que possuem ‘textos’ utilizam a tipografia para definir em qual ‘formato e estilo’ as palavras irão aparecer. Além disso, a tipografia é a base da comunicação verbal. Por isso, é preciso bastante cautela na hora de trabalhar com o texto, que precisa ‘estar de acordo com a mensagem transmitida’ e com os demais elementos gráficos e precisa ser legível. A palavra tipografia é derivada do grego: typos = ‘forma’ e graphein = ‘escrita’. Ou seja, “tipografia” é a criação e a aplicação dos caracteres, estilos, formatos e arranjos visuais das palavras.
Conforme a crítica especializada, o livro de poesias de Carlos Magno vai na contramão do consumo descartável, da moda passageira, do lixo industrial, da cultura alienante e da grande mídia centralizadora, mas principalmente contra as máquinas, especificamente a Inteligência Artificial (IA), que escrevem e publicam em tempo recorde seus livros, que se encontram às vendas. O poeta combate a desvalorização dos seres humanos e as constantes agressões a dignidade e a criatividade das pessoas. Por isso, o poeta expressa nesta obra o apego para a empatia, as reuniões, festas, encontros, brincadeiras, questões que são importantes para o mundo social, participativo, solidário e de princípios éticos humanos.
Sobre o autor – Carlos Magno Mieres Amarilha, poeta e historiador, filho do gráfico Adriano Apontes Amarilha e de dona Nélida Mieres Amarilha, com os seguintes livros de poesias publicados: ‘Poemático Demais’, 2001; ‘Bovinoletras’, 2008; ‘Alicerce Douradense’, 2010; ‘Uma Prosa Douradense’, 2012; ‘Poesia do Pantanal, Bicho, Areia e Cal’, 2014; ‘Asas Urbanas’, 2019; ‘O rosto da rua e as interpeles do caminho’, 2021; ‘Salada Cultural: Poesia em 360 graus’, 2023;
E com os seguintes livros de história: “História de Dourados: a gênese de sua fundação (1914-1943)”, publicado no ano de 2022; e o livro, “O poder e os intelectuais: história e identidade em Mato Grosso do Sul” (2022).
Organizador dos livros: “Patrimônio Cultural de Mato Grosso do Sul”, (2008); “Mato Grosso do Sul: Poder, Memórias e Identidades”, (2010); “Vozes Guarany: histórias de vidas sul-mato-grossenses” de 2013; “Diálogos entre Dourados e Assunção – Brasil e Paraguai além da fronteira guarani” (2017); “Heróis do Chão da Escola” (2019); e “A fundação da ACEN, educação contemporânea e histórias de vidas de professores de Naviraí” (2022).
Carlos Amarilha, começou a escrever desde os doze anos, com publicações em jornais, mimeógrafo, varal de poesias, jornais estudantis, tanto secundaristas, como universitários, igualmente em livros de coletâneas, em Mato Grosso do Sul e São Paulo. Foi editor da coluna Talendo, do Jornal Diário do Povo nos anos de 1995 e 1996. Tem livros premiados no estado de MS, GO e RS e teve seu livro ‘Bovinoletras’, indicado pelo segundo ano consecutivo no vestibular da UEMS nos anos de 2023 e 2024. Recebeu da Câmara Municipal de Dourados, em 2023, o prêmio escritor do ano (Prêmio Ildefonso Ribeiro da Silva).