“Não vou me intimidar. Não tenho medo de capataz”, afirma pré-candidata à OAB/MT
Em entrevista concedida no dia 3 passado à TV Cidade Verde, a pré-candidata à vice-presidência da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso (OAB/MT), Gabriela Novis Neves (foto), compartilhou com os espectadores o anseio de grande parte das advogadas e dos advogados do estado pela mudança dos quadros da Ordem. Ao lado do advogado Pedro Paulo Peixoto, pré-candidato à presidência, Gabriela íntegra o movimento que tem trabalhado pela renovação dentro da instituição.
Durante a entrevista, Novis destacou a relevância da Ordem na defesa dos direitos dos advogados e dos cidadãos de toda a sociedade, destacando que ela deve atuar na defesa da Lei, dos direitos humanos, do Estado de Direito e da justiça social. “A OAB é o pára-choque da cidadania. Ela existe para resguardar a efetividade da Constituição. Então, apesar de ser uma eleição interna da classe dos advogados, a discussão envolve toda a sociedade”.
A advogada, entretanto, lamentou que em Mato Grosso a Seccional siga sendo comandada pelo mesmo grupo político há 26 anos. Conforme Gabriela, a ausência de renovação prejudica pilares essenciais para o cumprimento efetivo das funções da Ordem, como a transparência e a representatividade dos mais diversos grupos.
“O debate é o pilar básico do Estado Democrático de Direito.A luta e o debate são por ideais, por acreditarmos que a OAB precisa ser para todos e não apenas para confraternizações. Percebemos que o sistema da OAB hoje é fechada a um grupo muito pequeno para a quantidade de advogados que hoje segue invisível para a atual gestão. Já temos uma grande aderência de profissionais que não estão satisfeitos com o atual sistema. Muitas pessoas estão aderindo ao movimento de renovação porque estamos falando de leveza e esperança nesse projeto”, afirmou.
Questionada quanto a atual gestão, que tem como presidente o advogado Leonardo Campos, a pré-candidata destacou a importância do fortalecimento de uma oposição destemida diante do atual cenário. “Há momentos da vida em que nenhuma amarra nos pega. O pior machismo que existe não é o que fala de frente , mas o velado. Aquele que faz a mulher se sentir menos mulher por estar lutando por algo. E eu não vou me intimidar. Não tenho medo de capataz e de ninguém. Vou lutar por uma nova OAB junto com Pedro Paulo”, afirmou.
A atuação da Ordem diante do cenário de crise gerado pela pandemia de covid-19 também foi tema da entrevista. Questionada sobre como avaliava o amparo oferecido aos advogados, Gabriela apontou que muitos colegas não sentiram o apoio que precisavam.
“Faltou muita efetividade na cobrança de vacinação, para a abertura de fóruns e outras questões. Mas o que eu mais lamento é a ajuda que foi prestada aos advogados sendo condicionada a estar em dia com a anuidade da Ordem. Em vistas do cenário que estávamos vivendo, a crise que a pandemia gerou, condicionar a doação de cestas básicas ao pagamento da anuidade não faz sentido”, lamentou. (JBnews)