No Oeste do MT, promotor cria projeto de recuperação de matas ciliares para a vida respirar

Promotor Emanuel recolhe muda no viveiro que tem mais de 20 mil árvores para repovoar margens dos rios e córregos

Um movimento na região Oeste de Mato Grosso vai devolver matas ciliares para córregos e rios em pelo menos três municípios. Por iniciativa do promotor de Justiça da Comarca de Rio Branco,  Emanuel Filartiga Escalante Ribeiro, está sendo desenvolvido na região o projeto Amigos da Natureza, que tem como principal objetivo a recuperação das matas ciliares com a participação dos moradores, especialmente produtores rurais que têm afluentes que cortam suas propriedades. Além de Rio Branco, o projeto contempla ainda os municípios de Lambari D’Oeste e Salto do Céu.

A articulação que está sendo feita por intermédio do projeto, conforme o promotor, tem como objetivo semear consciência cidadã aos moradores, despertando a necessidade da preservação da água para manutenção da vida na terra. Muito mais que plantar árvores, a iniciativa busca envolver e conscientizar a população de cuidar do equilíbrio ambiental no espaço em que vive, mantendo o processo de reflorescimento constante da vida, que é feito pelos elementos da natureza.

Promotor em propriedade rural falando da importância do repovoamento das matas ciliares

Ao justificar a iniciativa, Emanuel destaca que o trabalho de denúncia e punição da Promotoria continua normalmente e que o projeto é um caminho mais curto para resolver problemas de longa data. Essa demora, explica o promotor, é em função dos órgãos responsáveis pela fiscalização ambiental não alcançam todo o território mato-grossense por falta de estrutura, pessoal e gestão. Quando identificam os danos ambientais, pela burocracia ou falta de vontade, os
procedimentos administrativos caminham por anos.
O promotor observa que o Ministério Público, quando não resolve extrajudicialmente o problema, são anos de processo judicial a fim de sancionar o autor do dano, e por diversas vezes, este sancionamento é em dinheiro. “Nesse tempo todo, a natureza luta sozinha, às vezes ganha, mas na maior parte perde”, analisa Emanuel.

VIVEIRO TEM 20 MIL MUDAS

O projeto está na fase de conscientização e também de produção de mudas para repovoamento das margens dos afluentes da região. Dentro do planejamento do projeto, no mês de outubro estão programados o plantio e também uma campanha de conscientização com a comunidade em geral. O promotor destaca que obteve sucesso em firmar parcerias com empresários, Prefeitura e fazendeiros, fato que ajuda na implementação do projeto e na diminuição de despesas.

O promotorr Emanuel Ribeiro informa que o projeto conseguiu viabilizar junto a um empresário local cerca de vinte mil mudas de árvores, das mais variadas espécies nativas. Este mesmo colaborar também demonstrou vontade de acompanhar as próximas etapas do projeto, fornecendo mais mudas, adubação e pessoal para coletar sementes.

UNIÃO DE ESFORÇOS

O projeto consiste num sistema de isolamento da área e proteção das mudas plantadas que, quando necessário, será feito pelos próprios fazendeiros. A perfuração do solo será feita pela Prefeitura de Rio Branco, nesta primeira etapa, que fornecerá pessoal e máquina para auxiliar na perfuração.

O acompanhamento de biólogo/técnico na fase de elaboração do projeto, com custos de viagem, hospedagem e alimentação já foram pagos pelo próprio promotor. Emanuel pontua que a continuidade desta ação de preservação será acompanhada por um biólogo da região, cedido por meio de convênio com o consórcio Nascentes do Pantanal.

O projeto também fará palestras nas escolas do município e também da região. “As palestras sobre o tema nas escolas no decorrer do mês de outubro serão feitas sem custos, por voluntários, biólogo e promotor de justiça”, diz o promotor, âcrescentando que, “com união de esforços, perseguiremos o sucesso desta ação”.

 

 

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