Noivos vão na casa de padre e se casam sem festa durante pandemia em MT
A servidora pública Marianne Paz Mello de Almeida e o empresário Leonardo Franchini de Sousa conseguiram casar em meio à pandemia de coronavírus em Cuiabá.
Juntos desde 7 de abril de 2014, o casal ficou noivo em 7 de abril de 2018. O casamento foi marcado para 25 de abril deste ano. Eles planejavam o casamento há dois anos, quando foram surpreendidos pela pandemia e o decreto de calamidade pública do governo estadual que proibia festas e aglomeração de pessoas.
“A gente estava organizando nosso casamento há dois anos, estava tudo certo, aí chegou a pandemia. Foi aquele caos. Teve o decreto do governo estadual. Muita gente entrou em quarentena e tudo foi suspenso. Meus fornecedores entraram em contato para adiar porque não tinha condições. Foram dias difíceis, onde nosso sonho foi paralisado. Tivemos que desmarcar e ficou uma situação triste”, conta Marianne.
Ela explica que o casamento civil estava marcado para 23 de abril. “Liguei no cartório, me passaram informações de que tudo estava paralisado e não tinha previsão para a realização do casamento. Fiquei tão chateada e teve aquela ansiedade para saber o que ia acontecer. A gente não ia fazer nada”, diz.
Na segunda-feira (20), porém, Marianne recebeu um telefonema surpreendente. “Na segunda-feira (20), na semana do casamento, recebi um telefonema do cartório para confirmar o casamento para sábado (25). Me informaram que havia sido feito um mutirão e que um juiz ficou responsável para dar andamento nos processos que estavam parados e disseram que o casamento, que seria na quinta-feira (23), havia sido remarcado para o sábado (25)”.
Marianne diz que ficou surpresa e que não sabia ao certo o que fazer.
“Entrei em choque na hora. Falei que ia falar com meu noivo e com minha mãe. A gente não tinha nada organizado, aí decidimos que aceitaríamos fazer no dia 25, porque a cerimônia religiosa já havia sido marcada para essa data. Embora não fosse acontecer, era uma data que a gente queria”, diz ela.
A servidora pública conta que foi uma correria, porque não tinham sequer as roupas preparadas para a cerimônia no cartório.
“Foi uma correria para arrumar as coisas de casa, porque nós não morávamos juntos. Tivemos que organizar nosso apartamento, aquela correria para arrumar as coisas urgentes, procurar roupa para casar. Casamos no sábado de manhã, em uma cerimônia, seguindo a orientação do cartório de que só podiam comparecer os noivos, duas testemunhas e um fotógrafo. Minha mãe e minha sogra foram testemunhas e meu pai foi o fotógrafo. Acho que foi ainda mais emocionante diante de tudo que estamos vivendo, termos conseguido realizar pelo menos parte do nosso sonho”.
O casal, que é católico, conta que a benção de um padre era de extrema importância.
“Entrei em contato com a igreja, que já nos conhecia, conhecia nossa história, para que a gente pudesse ter a benção de um padre. O responsável pela igreja conseguiu um padre e, como meu casamento civil havia sido realizado na manhã do dia 25, a tarde fomos na casa do padre, que fez uma minicelebração. Só estávamos eu, meu noivo e o padre. Foi muito emocionante, tanto o casamento civil quanto a benção do padre”, diz Marianne.
A data agendada com os fornecedores ficou para 7 de dezembro deste ano. “Aguardamos que tudo isso passe logo e que possamos comemorar todos juntos depois, no dia 7 de dezembro. Vamos comemorar nossa união com a presença de todos aqueles que amamos e que nos apoiaram”.
(Fonte: G1)