Outubro Rosa: Saúde leva zelo com corpo para a cadeia feminina de Rondonópolis
Levar informações sobre cuidados com a saúde para mulheres que estão, momentaneamente, privadas de liberdade foi uma atenção que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) teve na manhã de sexta-feira (15) por meio de atividades em virtude do Outubro Rosa realizadas na Cadeia Pública Feminina de Rondonópolis, que contou com a parceria da Obra Kolping e da própria penitenciária.
De início, uma roda de conversas (foto) foi conduzida pelo secretário de Saúde, Vinícius Amoroso, junto com outras profissionais da pasta, como a assistente social Edna Rodrigues, a psicóloga Mariá Miranda, além da diretora da Cadeira Feminina, Silvana dos Santos Leite Lopes, e da assistente social da Obra Kolping, Elenir Magalhães, para cerca de 60 detentas. Na troca de ideias foram abordados a importância do identificação do câncer de mama nas fases iniciais, sintomas, medos a serem enfrentados e tratamento, entre outros assuntos sobre a saúde da mulher.
“Aproveitamos para enfatizar a necessidade delas conhecerem o próprio corpo, de se tocarem e, ao perceberem qualquer sinal diferente nas mamas, de conversarem com um profissional da saúde sobre essa descoberta”, compartilha Edna em um discurso que vai ao encontro das orientações difundidas pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) que acentua que “Há vários tipos de câncer de mama. Alguns têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem lentamente. A maioria dos casos, quando tratados adequadamente e em tempo oportuno, apresentam bom prognóstico”.
Edna ainda frisa: “Neste tempo de pandemia do COVID-19, um dos problemas fundamentais para a efetivação de políticas públicas voltadas à saúde integral às mulheres privadas de liberdade é a adequação das condições de biossegurança atrelada a superação das dificuldades impostas pela própria situação de confinamento, que dificulta o acesso às ações e serviços de saúde de forma integral e efetiva”.
Na opinião da assistente social o fato dessas mulheres estarem privadas de liberdade não significa que elas tenham que estar privadas de direitos. “O tempo que elas estão lá é provisório e não é porque estão detentas que devem negligenciar a saúde. Então, se, no momento, estão com direito de ir e vir suspenso, nós garantimos a elas o acesso à saúde. Vamos ajudar na recuperação daquelas em que são identificados problemas e, nas que estão saudáveis, vamos ajudar na manutenção da saúde”, afirma.
Entre as atitudes que contribuem para a prevenção do câncer de mama, de acordo com o Inca, estão a prática de atividade física, a manutenção do peso corporal adequado, a ausência ou moderação no consumo de bebidas alcoólicas e a amamentação. Outro fator que protege contra a doença é a abstenção de cigarro, inclusive, do tabagismo passivo.
Mas não foi apenas à saúde física que as atividades realizadas hoje se voltaram. O destaque para a saúde integral foi uma preocupação da SMS, segundo Edna: “Também falamos sobre as diferentes dimensões da saúde, que englobam, além da corporal, a mental, a emocional e a espiritual. Por isso, a autoestima também foi valorizada”.
E por falar em autoestima e saúde mental, esse desvelo com o público feminino que, por enquanto, encontra-se em uma situação vulnerável, foi além do diálogo e da escuta atenta. Para prestigiar as detentas, a Saúde as presenteou com um mimo que ressalta que o cuidado consigo mesma também faz parte do bem-estar da mulher. “Oferecemos um kit para cada uma contendo absorvente, desodorante, batom e lápis de olho. Em seguida, criamos um momento de lazer e socialização regado a refrigerantes e com um bolo confeitado para elas saborearem”, lembra Edna e emenda: “Apesar de seus erros na sociedade, essas reeducandas são pessoas e merecem ser tratadas com atenção e humanidade”.
Divididas em pequenos grupos que se dirigiam à sala para o bate-papo e a socialização, todas as detentas que participaram do evento, conforme a SMS, estavam imunizadas com as duas doses da vacina contra a Covid-19. Ainda de acordo com a Pasta, na próxima semana serão realizados, com essa população, exames preventivos de coleta de material de colo de útero e de toque da mama. “Em caso de necessidade, após a avaliação, a paciente vai receber o encaminhamento para realizar a mamografia”, adianta a assistente social. (Assessoria)