Prefeito ignora eleição, nega posse e força renúncia da presidenta do Conselho da Mulher de Rondonópolis
Se não está comigo, está contra mim. Seguindo este pensamento pessoal, o prefeito de Rondonópolis leva para a esfera institucional a condição de apenas legitimar representantes populares se forem seus aliados ou aliadas. Um dos exemplos é a inoperância dos vários conselhos municipais que, segundo um ativista local, não estão atuando como deveriam em função da “birra” do prefeito José Carlos Junqueira de Araújo (SD) – que faz questão de ser chamada pela alcunha de Zé do Pátio – com esta ou aquela pessoa eleita para dirigir os colegiados.
A pendenga mais recente, conforme a fonte, é no Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, onde o prefeito ignorou sua eleição em 27 de julho de 2018, se negando a dar posse à nova diretoria do colegiado. Foram nove meses de desprezo à nova diretoria que, aliás, desenvolveu importantes ações em defesa da mulher, entre elas o “Agosto Lilás 2018” e outros projetos importantes, como os “21 Dias de Ativismo Contra a Violência”, realizado entre os meses de novembro e dezembro, seguindo o calendário nacional e mundial. A ação foi realizada em diversos locais da cidade, inclusive na Cadeia Feminina e contou com a participação, entre outras personalidades, da juíza Maria Mazarello.
Indignada por estar liderando um trabalho legítimo e de fato, mas não de direito – falta da posse e da homologação do Conselho – a presidente Katiene Salomão Correia se viu obrigada a renunciar ao cargo, “para não prejudicar ainda mais as mulheres que precisam do trabalho, atenção e defesa do conselho”.
A noticia da “renúncia” foi veiculada no dia 27 de abril de 2019 pelo mesmo veículo de comunicação que anunciou a eleição no dia 27 de julho de 2018, exatos nove meses depois do pleito.
Coincidência ou não, esse é o prazo de uma gestação feminina. No caso do prefeito, ele fez uma gestão contrária ao processo de eleição, não legitimando a presidente e atrapalhando a atuação do Conselho da Mulher, de fato e de direito.
Ao final dos 9 meses o que “nasceu” foi uma nova direção, sendo “eleita” uma presidente subserviente ao comando de mando do chefe, Mariuva Serafin Chaves, servidora nomeada em cargo estratégico na Secretaria Municipal de Saúde. O anúncio de sua “eleição” foi feito pela assessoria da Prefeitura quatro meses depois de Katiene se ver obrigada a deixar o cargo. No dia 21 de agosto, a assessoria informou que, “após dois anos sem atuação, o Conselho da Mulher reabre as portas sobre a presidência de Mariuva Valentim e sua vice, Francileide Fontenelle”, negando a eleição de Katiene e todo o trabalho por ela desenvolvido o período de nove meses em que ficou na coordenação do colegiado, que tinha a própria Francileide como sua vice.
O fato curioso neste episódio de negação é que a própria Mariuva aparece em fotos ao lado de Katiene em eventos que esta participou como então presidenta do Conselho. Uma destas atividades foi na Cadeia Feminina no final do ano passado, evento registrado pela própria assessoria da Prefeitura. Ou seja, neste caso da efetiva atuação de Katiene Salomão Correia no Conselho da Mulher, existem os fatos e as fotos para comprovar.
(Fonte: GazetaMT)
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