Raízes Italianas: ALEMS celebra 150 anos de legado e homenageia descendentes
Há 150 anos, os primeiros imigrantes italianos chegaram ao Brasil em busca de um novo começo, fugindo das dificuldades de uma Itália que passava por grandes transformações sociais e políticas. O destino os levou às terras férteis brasileiras e, em Mato Grosso do Sul, ao longo das décadas, eles se espalharam por diversas regiões. Para celebrar a contribuição desse povo para o desenvolvimento econômico e cultural, a Assembleia Legislativa realizou sessão solene na noite de terça-feira (10).
“É com imensa honra que celebramos uma data de grande significado para a história do Brasil e do nosso Estado: os 150 anos da imigração italiana no Brasil. Hoje, temos o privilégio de homenagear aqueles que representam o legado vivo da imigração italiana, que ajudaram a construir um Brasil mais rico e acolhedor. São representantes de diversas cidades de nosso Estado, exemplos vivos da perseverança, da tradição e do espírito de trabalho que sempre caracterizaram os italianos”, destacou o deputado Renato Câmara (MDB), propositor do evento e descendente de italianos.
Foi no dia 3 de janeiro de 1874 que 388 italianos embarcaram no navio La Sofia, no Porto da cidade de Gênova, noroeste da Itália. Foi uma viagem cheia de esperança, porém, com muitos percalços até chegar ao Brasil. Em 21 de fevereiro, o La Sofia atracou no Porto de Vitória, no Espírito Santo. As correntes migratórias provenientes da Itália permaneceram em maior quantidade até o início do século XX.
“Estima-se que cerca de 25 milhões de brasileiros tenham ascendência italiana, o que representa uma parte significativa da população do país. Os imigrantes desempenharam papel fundamental no desenvolvimento econômico do Brasil, especialmente na agricultura, indústria e comércio”, disse Ângelo Bruno Junior, presidente do Circolo Italiano Guglielmo Marconi.
Nascido em Fenegrò, na província de Como, o padre José Marinoni recordou os momentos de grandes transformações pelos quais passou a Itália pós guerra, que fizeram o povo fugir da pobreza e da falta de oportunidades. “O coração bate mais forte lembrando aquilo que aconteceu em 1874, em minha cidadezinha que, embora pequena, muitos saíram de lá diante da dura realidade que enfrentavam. Saudade do lugar que nasci. Viver esse momento traz esse sentimento. Outro aspecto que quero considerar é a simbiose que houve entre italianos e brasileiros, que se tornaram um único povo. Obrigado Brasil. Obrigado Itália”.
Homenageados
Cada um dos outorgados com a Medalha e Diploma de Honra ao Mérito Legislativo tem uma história que, de alguma forma, reflete a vida de muitos outros italianos que chegaram ao Brasil no século XIX. Eles são herdeiros e, ao mesmo tempo, sucessores do trabalho dos antepassados, que plantaram as sementes de um futuro melhor para suas famílias e comunidades. Por meio de sua dedicação em diferentes áreas, eles continuam a honrar a memória, mantendo vivas as tradições e os valores da cultura italiana.
Foram homenageados: Ademar Capuci, Aldair Juvenal Borroquiel, Aldérico Centenaro, Aldoir Pedro Teló, André Puccinelli, Angelo Bruno Junior, Antonio Polonio, Ari Basso, Edson Luiz de David, Emanuela Maria Gemignani Ramires, Fabio Facchin, Francisco Pieretti, Francisco Piroli, Gerardo Javier Boccia Medina, Luiz Cordella (in memoriam), Irmã Silvia Vecellio, João Batista Teló, Jorge Luiz Zenatti, José Laerte Tetila, Luiz Carlos Mosena, Luiz Montagna (in memoriam), Luiz Zanata, Matusalem Sottolano, Orlando Manfré, Osvaldo Lupinetti, Padre José Marinoni, Patricia Ramires, Reinaldo Massi (in memoriam), Rogério Torquetti, Thalles Henrique Tomazelli e Valdir Rovari.
“Embora as gerações que chegaram ao Brasil tenham enfrentado muitos desafios, o espírito de união, perseverança, resiliência e força nunca se perderam. Pelo contrário, estão vivos e são responsáveis pela formação do Brasil. Hoje, nesta sessão solene, celebramos a vida de Italianos e descendentes, que impulsionam o nosso país”, disse o empresário Ademar Capuci, que falou em nome dos homenageados.