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Riedel e Tarcísio discutem economia verde e desenvolvimento sustentável em SP

Com debate que envolve meio ambiente, sustentabilidade, transição energética, produção, logística e infraestrutura, o governador Eduardo Riedel e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, participaram do painel com o tema “Nova Visão da Economia Verde”, durante o “Summit Agenda SP+Verde”, evento que acontece no Parque Villa-Lobos, em São Paulo (SP) e deve reunir 10 mil pessoas em dois dias, para tratar de quatro eixos temáticos: Finanças Verdes, Resiliência e Futuro das Cidades, Justiça Climática e Sociobiodiversidade e Transição Energética e Descarbonização.

Para debater sobre desenvolvimento sustentável e economia verde, o evento pré-COP –promovido pelo Governo do Estado de São Paulo, Prefeitura de São Paulo e USP (Universidade de São Paulo) – é uma plataforma de parcerias e conexões, que gera cooperação de impacto com articulação multissetorial em temas como investimentos verdes, justiça climática, resiliência urbana, transição energética e economia circular.

“Nossas ações são feitas com clareza no propósito e alinhamento. Desenvolvimento sustentável ocorre sob a lógica de valorização do ativo ambiental e econômico. Eficiência produtiva é também ambiental, com balanço de carbono e tecnologia. Por isso é preciso haver proximidade com a ciência, não tem como avançar nesta agenda sem conhecimento”, disse Riedel.

O painel entre Riedel e Tarcísio – mediado por Joaquim Leite, ex-ministro de Meio Ambiente e Mudança do Clima – teve entre as discussões temas como a universalização do saneamento básico, que em Mato Grosso do Sul deve ser alcançada até 2033, além da produção agropecuária e o aproveitamento de resíduos para gerar etanol e biometano, redução de emissão de carbono, produção de celulose e recuperação de áreas degradadas por meio das florestas plantadas, a ainda logísitica ferroviária, hidroviária e rodoviária.

Com visão clara para liderar o processo de atração de segmentos específicos da economia, o Governo de MS definiu a forma de trabalho e com isso atuou de maneira eficiente, contribuindo para a instalação de setores consolidados e em expansão no Estado.

“Era necessário ter essa lógica implantada no setor de proteína animal e bioenergia, por exemplo, que são importantes e estão em crescimento industrial. São segmentos que vão contribuir para que o MS se torne carbono neutro até 2030. Nesse conjunto de ações, destaco a preservação da biodiversidade e a valorização da eficiência produtiva, gerando balanço de carbono mais adequado. Isso tem efeito transformador”, disse o governador de MS.

Enquanto isso, Tarcísio destacou os grandes projetos em diferentes seguentos que já apresentam resultados transformadores em São Paulo. Ele também pontuou sobre a crescente industrialização e diversificação econômica de Mato Grosso do Sul, que gera diferentes possibilidades para o Estado e ainda impulsiona a economia paulista, como no caso do escoamento da produção de celulose.

“Estamos fazendo a estruturação para escoamento para o porto de Santos, que recebe intervenções para aumentar a capacidade e receber cargas. O Brasil tem muito o que mostrar e se posionar de fato como potência agroambiental, com sustentabilidade e produtividade. Temos muito a oferecer na área de biocombustíveis e um potencial enorme para lidar com resídios”, disse Tarcísio.

Com agenda direcionada para o crescimento sustentável, a melhoria da qualidade de vida da população sul-mato-grosense também é prioridade. “Trabalhamos para a universalização do saneamento básico, que é um grande ganho para qualidade de vida das pessoas. Eu falo muito sobre a dor do cescimento, e de fato, o Estado está preparado com equilíbrio fiscal e capacidade. A costa leste do Estado, na divisa com São Paulo, são 12 municípios que cresceram 1,2 milhão de hectares em floresta plantada, um grande impacto no balanço de carbono. São investimentos bilionários de grandes empresas, com impacto positivo do ponto de vista social”, disse Riedel.

O Estado do Mato Grosso do Sul está em caminho acelerado para a universalização dos serviços de saneamento básico, atualmente conta com 74% de cobertura de esgotamento sanitário e previsão de universalização até 2028 com a PPP do saneamento.

Nos 12 municípios do Vale da Celulose estão aproximadamente 1,5 milhão de hectares de eucalipto, 87% da produção estadual.

Investimentos – O setor florestal vive um ciclo de expansão em Mato Grosso do Sul, com investimentos privados que ultrapassam R$ 89 bilhões entre 2023 e 2025, voltados à produção de papel, celulose e MDF.

A transformação industrial é liderada por empresas globais como Suzano, Eldorado Brasil, Arauco, e Bracell, que consolidam o Estado como um dos maiores polos florestais do mundo. Entre os principais empreendimentos estão a fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo (R$ 23 bilhões), a nova planta da Eldorado Brasil em Três Lagoas (R$ 25 bilhões), o “Projeto Sucuriú”, da Arauco em Inocência (R$ 25,1 bilhões), a implantação da Bracell em Bataguassu (R$ 16 bilhões) e a ampliação da Greenplac em Água Clara (R$ 120 milhões).

Com base em florestas plantadas e tecnologias de baixo carbono, o setor florestal reforça a liderança de Mato Grosso do Sul na bioeconomia e na produção sustentável de base renovável.

Vale destacar que a nova fábrica da Arauco em Inocência terá capacidade para produzir sozinha quase a metade da atual capacidade instalada de celulose do Grupo Arauco, que é equivalente a 5,2 milhões de toneladas, passando o conglomerado chileno a produzir 7,7 milhões de toneladas/ano a partir de 2028 (+ 2,5 milhões de toneladas/ ano com a fábrica de MS).

Bioenergia – Mato Grosso do Sul é um dos líderes nacionais na produção de energia limpa e renovável, com destaque para a produção de etanol, açúcar e bioeletricidade a partir da cana-de-açúcar e do milho. Atualmente, o Estado conta com 22 usinas de bioenergia em operação, sendo um novo projeto em construção (Usina Coruripe).

A indústria sucroenergética de Mato Grosso do Sul é formada por 22 unidades em operação, 19 de cana-de-açúcar e três dedicadas ao etanol de milho, todas produtoras de etanol e bioeletricidade, com 13 delas exportando energia excedente para a rede nacional, 13 produtoras de açúcar.

O setor sucroenergético participa com 17% no PIB industrial do Estado, e possui atualmente 800 mil hectares de cana-de-açúcar plantada em 42 municípios.

Mato Grosso do Sul é hoje o segundo maior produtor de etanol de milho do Brasil, quarto maior produtor nacional de etanol e cana-de-açúcar, quinto maior produtor de açúcar e o quarto maior exportador de bioeletricidade.

Na safra 2024/2025, MS produziu 4,3 bilhões de litros de etanol – sendo 37% a partir do milho –, e a previsão para 2025/2026 é de crescimento de 4,7 bilhões de litros – com o milho representando 42% dessa produção. O setor também contribui com a produção de 2,6 milhões de toneladas de açúcar e geração de 2.200 GWh em bioeletricidade, o equivalente ao consumo residencial anual de todo o Estado.

Além do impacto econômico, a bioenergia em MS exerce um papel essencial na agenda ambiental. De 2020 a 2024, foram evitadas mais de 13 milhões de toneladas de emissões de CO₂, por meio do programa RenovaBio, o equivalente a 89 milhões de árvores plantadas.

O Estado é ainda o terceiro maior exportador de etanol do Brasil, com vendas que somaram US$ 98 milhões. O produto é adquirido por 35 países, incluindo Holanda, Canadá, China, Egito, Iraque, Portugal, Rússia, Uruguai e Bangladesh.

“Soubemos como colocar a tenoclogia disponível para garantir balanço carbono adequado, indo para negativo em várias cadeias produtivas. É orgulho fazer parte desse processo de evolução história. Estou timista nessa linha de trabalho”, finalizou Riedel.

Hidrovia – Outra questão abordada no painel foi projeto de concessão do trecho sul da Hidrovia do Rio Paraguai, entre Corumbá e Porto Murtinho, uma iniciativa do Governo Federal, conduzida pelo Ministério de Portos e Aeroportos e atualmente em análise pelo TCU (Tribunal de Contas da União). Trata-se do primeiro projeto de concessão hidroviária do país, com previsão de leilão até o final de 2025, e tem como objetivo modernizar o transporte fluvial e ampliar a capacidade logística no eixo sul do rio Paraguai.

(Por Natalia Yahn, da assessoria – Fotos: João Valério)

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