TCU aponta falhas no combate do governo federal à Covid-19

O Tribunal de Contas das União (TCU) apresentou nesta quarta-feira um relatório apontando falhas na governança e na política de comunicação do governo federal no combate à pandemia da Covid-19.

Segundo o documento, após entrevistas com representantes do Centro de Coordenação de Operações do Comitê de Crise para Supervisão e Monitoramento dos Impactos da Covid-19 (CCOP) e de respostas a informações pedidas, o TCU observou a ausência de diretriz estratégica de combate à disseminação e ao tratamento mais adequado para a doença, “como denota a saída de dois ministros da Saúde num intervalo de um mês, durante a maior pandemia deste século”.

Dentre as fragilidades apontadas pelo relatório na estratégia do governo está a falta de critérios técnicos para priorizar as regiões mais necessitadas na construção de hospitais de campanha.

Como consequência, o TCU considerou que isso pode levar ao surgimento de planos locais de Estados e municípios, que “podem estabelecer cursos de ação não socialmente ótimos, como o superdimensionamento nas compras de equipamentos para combate à Covid-19, a construção de hospitais de campanha sem dados demográficos e sanitários que a embase e o decretamento do isolamento social além ou aquém do estritamente necessário”, aponta o TCU.

O relatório cita ainda que pela “ausência de representantes permanentes de áreas da medicina e da ciência no Comitê de Crise da Covid-19 e da não participação de especialistas dessas áreas em reuniões específicas do Comitê (…) poderão ser adotadas decisões não baseadas em questões médicas e científicas resultando em baixa efetividade das medidas adotadas de prevenção e combate à pandemia, desperdícios de recursos públicos e aumento de infecções e mortes”.

Assim, o TCU conclui por alertar à Casa Civil que essas fragilidades podem comprometer os custos e os resultados do enfrentamento à pandemia.

O Ministério da Saúde informou nesta noite o segundo maior número de casos diários do novo coronavírus desde o início da pandemia e que o número de óbitos pela doença atingiu 53.85 mil, sendo o segundo país com maior número de casos e mortes devido ao vírus, atrás apenas dos Estados Unidos.

(Reuters)

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