UFMT sobe 18 posições no ranking das melhores do país mas está “no vermelho”
Desde 2012, a UFMT subiu 18 posições na classificação das melhores universidades do país, segundo Ranking Universitário Folha (RUF), organizado pela Folha de S. Paulo. Em contrapartida, o jornal mostra que a instituição está no vermelho, após o contingenciamento de gastos dado pelo Ministério da Educação (MEC). A reportagem foi publicada no impresso que circula nesta segunda (7).
Segundo a matéria, a UFMT tem uma nota de 73,95 – o máximo é 100 – e ocupa a 33º posição no ranking geral. Em 2018, estava na 34º. Na primeira edição da pesquisa, em 2012, ocupava o 51º lugar. A universidade foi bem avaliada por donos de empresa, que preferem contratar alunos formados pela UFMT, e ficou na 33º lugar no quesito mercado.
No 39º lugar, o quesito ensino também foi bem avaliado ao levar em conta a opinião de professores do ensino superior pelo país e a nota de ENADE, além de considerar o percentual de professores com doutorado e mestrado e regime de dedicação – se parcial ou integral.
A UFMT subiu ainda cinco posições e ficou na 93º lugar no quesito Inovação por conseguir registrar mais patentes e fazer mais parcerias com empresas. Em produção científica, a instituição se manteve na mesma posição, em 43º lugar. Enquanto caiu de 63º para 71º lugar na internacionalização, ou seja, nas citações em estudos internacionais das pesquisas publicadas pelos cientistas da universidade.
Universidade no vermelho
A reportagem destaca também o contingenciamento de gastos em todas as universidades e institutos federais, em abril, e que deixou a UFMT com dificuldades financeiras. Na ocasião, R$ 34 milhões foram congelados pelo MEC. O montante equivale a 30% do orçamento da instituição de 2019.
O jornal destaca que a UFMT parou de adquirir equipamentos e professores têm que arcar com recursos próprios insumos para laboratórios. Docentes denunciam também a falta de estrutura básica para trabalhar. O cenário se torna mais calamitoso depois que o Governo Federal cortou bolsas de iniciação científica, como parte do enxugamento de suas contas.
Por conta da falta de dinheiro, a UFMT não conseguiu pagar a energia elétrica de julho e os cinco campi da universidade ficaram sete horas sem luz. O débito era de R$ 1,5 milhão mais uma parcela de R$ 300 mil referente a uma dívida de R$ 5 milhões com a Energisa. Após a repercussão do fato em todo o Brasil, o ministro Abraham Weintraub acusou a reitora Myrian Serra de “má gestão”.
Em setembro, no início das férias dos estudantes, a UFMT anunciou racionamento de energia elétrica, readequação do contrato de terceirizados e até a diminuição de ônibus para aulas de campo. As “medidas emergenciais” foram à forma que Myrian viu para manter o funcionamento da universidade. Segundo a gestora, o aperto de cinto poderia resultar em uma economia de até R$ 3,5 milhões.
O MEC anunciou, no fim do mês passado, o descongelamento de parte dos recursos. Em nota, a UFMT informou que recebeu R$ 15,9 milhões e que conseguirá pagar as contas dos meses de setembro e outubro. O valor representa 15% do orçamento que estava contingenciados desde abril, e outros 15% no valor de R$ 18 milhões ainda permanecem congelados.
Mesmo com a liberação de parte dos recursos, a UFMT avalia que a medida não é suficiente para o pagamento de despesas de custeio da universidade. “O descontingenciamento parcial não garante o funcionamento integral da UFMT até o final do ano. Para completar o ano, a universidade precisa da liberação de 100% do orçamento previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA)”, informa em nota.
(RDnews com Folha)