Varíola dos macacos: Ministério da Saúde identifica primeiro caso suspeito em São Paulo e total no país vai a sete
O Ministério da Saúde investiga sete casos de varíola dos macacos (ou monkeypox) no Brasil após São Paulo notificar um possível infectado. As suspeitas se distribuem em seis estados, nos quais Rondônia lidera, com duas. Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará, apuram uma possível infecção cada. Até o momento, a pasta não confirma diagnóstico no país.
Segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, os resultados dos casos em investigação devem sair entre quinta e sexta-feira. Eram seis pacientes monitorados até o último sábado.
— Estão isolados, não há confirmação. O caso que poderia ser mais provável é o do Rio Grande do Sul, porque há um nexo epidemiológico. Essa pessoa veio do Porto, em Portugal (país em terceiro no número de casos) — afirmou durante a ida a um posto de saúde, onde recebeu a quarta dose de vacina contra a Covid-19.
Atualmente, o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo e os laboratórios da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no Rio, e da Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte, realizam a análise do vírus. A ideia é expandir o trabalho para todos os 27 laboratórios centrais de Saúde Pública.
Dados da sala da situação da pasta, que monitora a doença a nível nacional e internacional, apontam para 839 registros confirmados em 28 países fora da África, onde a doença é endêmica, até domingo. Os locais mais afetados estão na Europa: Reino Unido, que soma 225 casos, Espanha, com 149, Portugal, com 143.
Queiroga também afirmou que avalia a compra de uma vacina específica contra a varíola dos macacos para profissionais de saúde que tenham contato com pacientes infectados ou sob suspeita. Nesse sentido, a estratégia deve ser pontual, não direcionada a toda a população.
— Outra questão é a vacina, que o ministério estuda. O público-alvo é muito restrito, são pessoas que estão em contato muito direto com os portadores do vírus. Estamos trabalhando nessa perspectiva junto à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para que tenhamos todas as respostas e as políticas públicas necessárias para enfrentar essa questão, que não é motivo de preocupação.
Entre os sintomas mais comuns, febre, erupção cutânea e adenomegalia, isto é, o aumento de linfonodos no pescoço. Segundo a pasta, os casos suspeitos devem ser isolados e as pessoas com quem tiveram contato, monitoradas.
A varíola dos macacos passou a ser de notificação compulsória assim como a Covid-19. Com isso, profissionais de saúde são obrigados a reportar possíveis casos às secretarias de Saúde locais e estaduais, além do ministério.
As principais formas de transmissão são por meio de fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados. A orientação é usar máscaras e lavar as mãos para evitar o contágio. Cientistas e médicos ainda não conseguiram esclarecer porque o vírus está se propagando mais rapidamente.
(O Globo)