Vaso de planta quebrado fez “nascer” artesão em Jorge após aposentadoria

O trabalho manual de Jorge Antonio, 67, que resulta em fontes para ambientes diversos e até jardins chama atenção pela beleza e pelos detalhes cuidadosos tendo em vista inspirar paz. Mas, quem vê os itens dispostos de forma tão minuciosa e até ‘engenhosa’, não imagina que o artesão começou a fazer a arte por conta própria, sem investir em cursos ou adquirir materiais caros.

Fabricar os itens, o que ele considera um “dom” começou de forma inesperada e até desastrada. Tempos após se aposentar no administrativo de uma empresa de construção em São Paulo (SP), Jorge estava na casa que então residia na metrópole e, se dedicava a organizar o jardim do local, tarefa que sempre teve como lazer, quando conta que quebrou um vaso de planta de cerâmica e teve um ‘estalo’.

“Pensei e se eu reaproveitar a parte quebrada e decorar como uma fonte para o jardim”, destaca ele que foi o pensamento e, que assim o fez. A primeira de muitas artes que viriam tinha sido criada e chamou a atenção de uma vizinha, que pediu para que Jorge vendesse a fonte a ela, o que foi acatado. Foi então que o aposentado notou que levava jeito para criar as artes e se apaixonou pela ideia de decorar e levar harmonia aos ambientes.

“Comecei a juntar pedras, vasos, madeira, bambus e outros elementos para criar as fontes e a aceitação das pessoas foi muito boa e então não parei mais”, destaca.

Em pouco tempo o artesão já fazia a exposição das fontes e de sinos de ventos nas maiores feiras de São Paulo. O “dom” virou uma forma de gerar renda e a esposa Marli Rodrigues passou a ajudá-lo na fabricação.

O casal está há dois anos em Dourados e comercializa o trabalho na feira central da Praça Antônio João, de quarta à sábado e em outras feiras e eventos diversos.

Alguns itens podem levar semanas ou meses para ficarem prontos, o que depende do tamanho e dos objetos que o cliente quer que acrescente. Apesar dos diversos modelos disponíveis, Jorge ressalta que o objetivo das fontes é um só: levar tranquilidade, harmonia relaxamento e alguns acreditam até que renova a energia do ambiente trazendo mais saúde, equilíbrio emocional, físico e bem-estar.

Outro ponto destacado pelo artesão é que as pessoas incluem objetos nas fontes de acordo com a fé que praticam. Sendo assim, é possível acrescentar entre os elementos imagens, pedras, incensos ou outros, o que depende da “sensibilidade” de cada um, conforme ele destaca.

Questionado sobre os formatos propostos nas fontes, o artesão diz que não existem “projetos iniciais” e que a “inspiração vem”, com as ‘ferramentas’ corretas nas mãos.

“Muitos olham uma madeira, uma pedra, não dão valor. Meu olhar vai nesses itens da natureza sempre procurando forma de uni-los e transforma-los na arte que me dedico”, diz. (Por Gizele Almeida, do Douradosnews – Fotos: Hédio Fazan)

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