Vigilantes efetivos denunciam desmonte do setor de segurança na UFMS
A base operacional da equipe de seguranças efetivos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) não existe mais. Situada de forma estratégica em frente da reitoria e das pró-reitorias da instituição, suas dependências serão usadas para a instalação de uma brinquedoteca. Os trabalhadores foram redistribuídos para serviços internos nos vários departamentos da universidade.
A decisão da direção da UFMS em desativar a base do setor de segurança causa revolta e até comoção nos trabalhadores, muitos com mas de 40 anos de serviço. “Lamentável em ver a última cena do desmonte total de nossa categoria, que defendeu a universidade como fosse a sua casa. É uma relação de uma vida inteira”, diz Geraldo Gonçalves, hoje aposentado.
Geraldo Rodrigues, que já foi dirigente da categoria, não esconde sua revolta com a situação. Apesar de já estar aposentado, Rodrigues foi enfático ao condenar principalmente a forma como o setor foi desativado. “Foi uma decisão sem consultar os trabalhadores e até a chefia foi surpreendida, mudando toda uma rotina de décadas de dedicação e de vigilância do patrimônio UFMS”, disse Rodrigues.
De acordo com Rodrigues, a mudança causa impacto direto na vida dos trabalhadores, que ate então trabalhavam em regime de plantão, sendo que agora terão jornada diária.
HISTÓRIA E LUTA
Criada em 22 de dezembro de 1.980, a Divisão de Segurança da Universidade Federal de MS (UFMS) está completando 42 anos. Dos mais de 80 homens em sua estrutura à época de sua criação, restam atualmente pouco mais de um terço deste total, com os trabalhadores efetivos (estatutários) sendo substituídos gradativamente por pessoal terceirizado.
A terceirização na segurança da UFMS ganhou força nos últimos 15 anos, sendo que não foi maior em função da luta sindical travada por seus integrantes, tanto no âmbito local como em outras instituições de ensino superior do país. A resistência para não acabar com a estrutura oficial de segurança nas universidades se deve à luta dos trabalhadores e, principalmente, a união e organização da categoria.
A privatização deste setor é condenada pelas lideranças sindicais porque ela precariza a mão-de-obra e não valoriza monetariamente o vigilante da iniciativa privada. Apesar de um posto de vigilância ser contratado por um valor até três vezes maior que o estatutário, o trabalhador não recebe nem a metade que o concursado.
(Assessoria)