Vírus da varíola dos macacos é detectado em sêmen
Estudos no sêmen de diversos pacientes na Itália mostraram fragmentos do vírus da varíola dos macacos, o que alimenta as teorias de que a transmissão sexual da doença seja possível. O resultado foi divulgado por cientistas na última segunda-feira (13). Até o momento, o que se sabe com certeza é que o vírus se espalha pelo contato próximo, especialmente com as lesões da condição ou gotículas grandes do sistema respiratório.
As suspeitas quanto à transmissão sexual foram levantadas quando muitos casos do atual surto tiveram sua transmissão realizada entre parceiros sexuais: a atividade gera o tipo de contato necessário para a transmissão, como o de pele com pele. Pesquisadores, no entanto, decidiram investigar a transmissão mais a fundo.
ISTs e varíola dos macacos
Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) como HIV/Aids, sífilis e clamídia são causadas por patógenos que infectam outras pessoas através do contato sexual, mais especificamente, pelo sêmen, secreções vaginais e outros fluidos corporais envolvidos no ato. O Instituto Spallanzani, hospital e centro de pesquisa em Roma, apresentou evidências do vírus da varíola dos macacos no sêmen de 4 pacientes no dia 2 de junho.
Seis de sete dos pacientes estudados no instituto tiveram o material genético do vírus detectado em seu sêmen, e em um deles, há a sugestão de que o patógeno era capaz de infectar outras pessoas e se replicar. Não há evidências o suficiente para determinar que o vírus tenha mutado o suficiente para evoluir o modo de transmissão, no entanto — e a varíola dos macacos, vale lembrar, não é considerada uma DST.
Mesmo assim, os cientistas do instituto reforçam que ter encontrado o vírus no sêmen de pacientes reforça a hipótese de que a transmissão sexual pode ser uma das maneiras com a qual o patógeno é transmitido, entrando no rol de comportamentos de risco para a infecção pela varíola dos macacos.
(Fonte: Canaltech)