Racismo contra Vini Jr. vira incidente diplomático entre Brasil e Espanha, com cobrança de punições
Desde que estreou pelo Real Madrid, em setembro de 2018, Vinícius Jr. já foi vítima de, pelo menos, 11 casos de racismo durante partidas pelo clube espanhol. O caso mais recente aconteceu no domingo (21), num jogo entre o Real e o Valencia, no estádio Mestalla.
Com a bola rolando, os insultos só pioraram. “Puto negro” e “macaco” foram algumas das ofensas disparadas por parte da torcida do Valencia contra o jogador brasileiro. Houve também quem imitasse um macaco.
No 2º tempo do jogo, Vini Jr. identificou um dos agressores racistas. Chegou a avisar ao juiz, que interrompeu a partida por alguns minutos. Nesse tempo, o sistema de som do estádio pediu para que os torcedores pararem com os xingamentos racistas.
Com ânimos exaltados, quando a partida foi retomada, houve uma confusão entre jogadores e Vini Jr. acabou expulso por agredir um adversário.
Sem que qualquer medida contra os torcedores racistas fosse tomada, após a partida da La Liga, Vini Jr. afirmou que a “competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam” o racismo.
E ele está certo. Tanto é que os ataques sofridos por ele e a inércia dos dirigentes de futebol espanhol estão criando um incidente diplomático necessário entre Brasil e Espanha. Necessário porque o governo brasileiro acerta em defender um de seus cidadãos da violência sofrida.
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O presidente de LaLiga, Javier Tebas, usou as redes sociais para responder às críticas feitas pelo jogador. “Já que aqueles que deveriam não te explicam o que é que LaLiga pode fazer nos casos de racismo, tentamos nós explicarmos, mas você não se apresentou em nenhuma das datas acordadas que você mesmo solicitou. Antes de criticar e injuriar LaLiga, é necessário se informar adequadamente, Vini Jr.”, escreveu Tebas, que foi criticado pelo ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil, Silvio Almeida:
Em maio, aliás, os governos dos dois países assinaram um memorando de entendimento pelo combate ao racismo, discriminação e xenofobia. O texto promete “atenção especial à luta contra o racismo nas atividades esportivas”.
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“Infelizmente, nos últimos meses, notícias de atletas brasileiros que têm sido vítimas de racismo em clubes europeus ganharam especial repercussão”, aponta o texto.