Armadilha digital é a nova aliada no controle diário da traça-do-tomateiro
Inimiga de longa data do produtor de tomate, a Tuta absoluta (Gelechiidae) ou traça-do-tomateiro volta a preocupar durante os meses mais secos do ano, principalmente nas regiões produtoras de Goiás, São Paulo e Minas Gerais, além do Paraná. É neste cenário que a Tarvos lança uma nova ferramenta para o controle da praga, uma armadilha digital, que além de utilizar inteligência artificial e alta tecnologia, consegue medir produtividade e economia no uso de defensivos agrícolas.
O equipamento atrai, identifica e contabiliza diariamente exemplares da traça-do-tomateiro, tornando-se uma aliada altamente eficiente para identificação preventiva de manejo e janela de aplicação de produtos, gerando mais assertividade.Estas armadilhas inteligentes atraem os insetos através de um feromônio sexual sintético, contam com uma câmera que faz o registro e transmite os dados via satélite. “Os algoritmos de reconhecimento de imagem permitem o monitoramento em tempo real e on-line, medindo a dinâmica populacional dos insetos de forma constante e simultânea”, explica a bióloga Nathalia Silva, coordenadora de entomologia na Tarvos.
As informações processadas nos talhões mais suscetíveis à praga são entregues via WhatsApp para os produtores, como um relatório personalizado para auxiliar nas tomadas de decisões dos profissionais de campo, com ênfase no uso de insumos químicos ou biológicos. “Falando de tomate, no dia a dia do controle da traça-do-tomateiro, o que no geral se vê hoje são altos números de aplicações para seu controle, dependendo especialmente da intensidade da praga. E ao mesmo tempo existe uma grande preocupação da classe com relação à quantidade de resíduos que ficam no alimento, ou seja, quanto menos aplicar, menor será o gasto e de quebra essa quantidade”, pontua a especialista.
Com as informações em mãos, acertar qual medida adotar se torna mais fácil. “O fato da armadilha ter esses dados diários em relação à chegada da praga e seu nível populacional, pode até auxiliá-lo a entrar com um defensivo preventivo, na classificação de produtos biológicos de forma mais assertiva” explica a bióloga. Dessa maneira, sabendo o ciclo de vida da traça-do-tomateiro e o momento em que as lagartas vão procurar os frutos e as folhas para se desenvolver, fazendo essa aplicação antes, consegue-se ter um controle da proliferação.
A tecnologia está sendo validada a campo desde 2020 em parceria com empresas de melhoramento genético para sementes de tomate, em áreas de cultivo na cidade de Mogi Guaçu-SP. Os produtores interessados podem procurar os profissionais da Tarvos, pois a ferramenta já está disponível comercialmente para todo o Brasil.
Mais sobre a Tuta – A Tuta absoluta é um microlepidóptero, em que cada fêmea adulta chega a colocar até 100 ovos ao longo da vida, em frutos, folhas, flores e hastes. O período de incubação deles é de três a cinco dias, com viabilidade alta, de 78% a 95%. “Ao eclodirem, as lagartas penetram no parênquima foliar, formam minas nas folhas e hastes, e galerias nos frutos, onde permanecem por oito a dez dias, dificultando muito o manejo. Além disso, os orifícios causados pela lagarta no momento da perfuração dos frutos, servem como porta de entrada para contaminação por patógenos (fungos e bactérias), contribuindo na perda de qualidade e produtividade”, reforça Silva. Outro detalhe da praga é que ela se reproduz em outras culturas, como batata, pimentão e tabaco, ficam como hospedeiras secundárias.
(Da assessoria)