Força de Trabalho em Saúde: Formação de tutores qualifica profissionais de MS para censo inédito

A SES (Secretaria de Estado de Saúde), por meio da ESP (Escola de Saúde Pública) Dr. Jorge David Nasser, realizou entre os dias 16 e 19 de outubro o curso de Formação de Articuladores Regionais/Tutores. A formação é uma iniciativa do Ministério da Saúde, em parceria com a Fiocruz Brasília (Fundação Oswaldo Cruz) e a UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), que deu início ao Censo da Força de Trabalho na Saúde, uma ação que visa mapear e qualificar os dados de todos os trabalhadores do setor de saúde no Brasil.

A iniciativa começará pelo Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal, recenseando tanto profissionais da saúde quanto os estabelecimentos em que atuam. Em paralelo ao censo, haverá a formação de profissionais que realizam o cadastro, visando criar uma sustentabilidade contínua na qualificação do CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde).

Conforme a coordenadora Nacional do Censo da Força de Trabalho na Saúde, Lisiane Boer Possa, o censo tem como objetivo atualizar o banco de dados do CNES, abrangendo 100% dos estabelecimentos de saúde no país. A proposta parte da necessidade de aprimorar a gestão e distribuição dos recursos humanos no SUS (Sistema Único de Saúde), baseado em informações atualizadas e confiáveis.

“Nós vamos fazer o censo da força de trabalho em saúde, mas, ao mesmo tempo, vamos mobilizar os atores que hoje já fazem o registro dessa informação no CNES para que a partir daqui ela seja uma informação cada vez mais fidedigna, completa, correta para estar a nossa disposição”, garante Lisiane.

Para a Orientadora de Aprendizagem da formação e Sanitarista na ESP, Márcia Naomi Santos Higashijima, discutir a formação na área da saúde é essencial e esse projeto é inovador, pois permitirá o desenvolvimento de planos que antes não eram possíveis por falta de dados concretos.

“Ter acesso a essas informações reais nos aproxima de resultados mais precisos e de uma formação mais alinhada com a realidade das necessidades de saúde. Esse é um projeto inovador, em que fomos premiados ao sermos escolhidos para estarmos nesse piloto. A intenção é que pela primeira vez na história tenhamos um dado o mais real possível de profissionais, trabalhadoras e trabalhadores que estão na saúde, seja no público ou no privado, para avançarmos entre a força e o dimensionamento da força de trabalho na área da saúde”, afirma.

Dados confiáveis são fundamentais para planejar a alocação de profissionais em áreas críticas da saúde. O fortalecimento do CNES e a implementação de uma gestão estratégica da força de trabalho são essenciais para garantir a sustentabilidade do SUS e para atender de forma eficaz às demandas da população. Com uma gestão mais organizada e baseada em dados precisos, o SUS pode enfrentar desafios e assegurar o acesso da população a serviços de qualidade.

Além do levantamento de dados, o censo também visa promover a governança e a articulação entre as áreas responsáveis pelo CNES e pela gestão de trabalho nas secretarias de saúde. Os articuladores regionais e tutores terão papel fundamental nesse processo, sendo responsáveis por liderar e apoiar as equipes de recenseadores em campo. Eles atuarão diretamente na coordenação entre os gestores das secretarias municipais e estaduais, garantindo que os dados sejam coletados, validados e utilizados de forma estratégica.

Márcia ainda destaca a importância de dimensionar corretamente tanto os equipamentos quanto a força de trabalho na área da saúde, de acordo com as necessidades de cada município.

“Se houver uma discrepância entre a quantidade prevista de trabalhadores e a real, as unidades de saúde podem ficar sem o pessoal necessário. Além disso, é essencial alinhar a formação de profissionais de saúde com as necessidades epidemiológicas, para garantir que estejam preparados para enfrentar crises, como a pandemia de Covid-19, e outras doenças endêmicas que ocorrem periodicamente. O currículo dos cursos de formação deve ser orientado para atender essas demandas, garantindo uma força de trabalho qualificada e capaz de oferecer cuidados eficazes e resolutivos”, sustentou.

Dos 18 participantes, foram escolhidos 6, sendo um para a região de Três Lagoas, um para a região de Corumbá, dois para região de Dourados e dois para região de Campo Grande.

Com o Censo da Força de Trabalho na Saúde, o estado dará um passo importante na direção de um SUS mais forte e bem estruturado. A atualização constante dos dados do CNES, aliada à capacitação de profissionais envolvidos no processo, permitirá uma distribuição mais eficiente dos recursos humanos e a criação de políticas que respondam às necessidades reais da população.

(Por Kamilla Ratier, da assessoria)

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