Barro vira arte e encanto nas mãos hábeis da doutora artesã de Livramento

Artesã Ludmilla Brandão, ainda menina, já adorava contato com barro

A mato-grossense de Nossa Senhora do Livramento, ainda menina já adorava o contato com o barro. Ver surgir formas, através de suas mãos, sempre lhe foi prazeroso. Gostava de fazer tijolinhos, bichos e casas através da matéria que encontrava empossada no chão.

Com as tarefas apertando o tempo, qual quando a argila atravessa os dedos, a força dos compromissos fez com que Ludmilla Brandão tivesse que pausar sua paixão de se aventurar no mundo da cerâmica por um tempo. Foi só após o doutorado que conseguiu retomar as atividades. Este ano completa dois anos que o que antes era só uma “atividade prática para alternar com a intelectual”, como ela descreve, voltou a fazer parte de sua rotina.

“É o que quero fazer enquanto estiver viva. Tenho feito peças decorativas  como vasos, pequenas esculturas e utilitários como cumbucas, travessas, bandejas e canecas. Além destes, muitos vasos para plantas, de vários tamanhos, e uns especiais para cactos e suculentas”, explica a artesã.

Ludmilla também se dedica à produção de bijuterias como colares e brincos. Ela acredita que a vida moderna é cercada de industrializados, de plásticos e tecnologias em excesso, e isso transforma experiências que antes eram banais em algo mais sensível, como manusear o barro. “Recorrer a elementos naturais, rústicos ou práticas ancestrais, transformou-se em modos de reconectar a vida com aquilo que é mais importante para todos, o bem estar físico e mental”, comenta.

A artista participa também frequentemente de feiras, como a primeira Feira de Cerâmica do Mato, que ocorreu entre 26 e 27 deste mês, com suas coleções como a “banhistas”, que são como bonecas de roupa de banho ou “pequenos jardins”, acompanhada de pequenas plantas para decoração de casa, apartamento ou outros ambientes externos ou internos.

Para ela, até pode não ser uma volta às origens, mas é certamente uma discreta inscrição do ancestral na vida contemporânea.

(Por Mirella Duarte, do rdnews)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *