CAMPO GRANDE: SETEMBRO VERDE REÚNE PROFISSIONAIS DA REME E EMOCIONA PARTICIPANTES COM HISTÓRIAS DE SUPERAÇÃO
Relatos emocionantes de pessoas com deficiência que superaram as dificuldades e escolheram enfrentar os problemas marcaram a semana de palestras que integraram a programação do Setembro Verde. A semana, realizada pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), foi encerrada nesta sexta-feira (28) com diversas apresentações culturais.
Entre as apresentações culturais contou com a participação da aluna Laura Moura Nantes, da escola Nagen Jorge Saad e do coral formado por alunos de altas habilidades, Vez da Voz, sob regência da maestrina Cibele Marcos. Já o grupo AMDEF Dance, formado por mulheres com deficiência física que participam do projeto Dança do Ventre sem Limites, encerrou a programação cultural.
De acordo com a chefe da Divisão de Educação Especial da Rede Municipal de Educação (Reme). Lizabete Coutinho de Lucca, o objetivo do evento deste ano foi dar voz às pessoas com deficiência. “Todos os dias ouvimos relatos que mostraram a importância de valorizar a vida e superar as barreiras. Foram depoimentos emocionantes e motivadores”, disse.
Ao todo, as palestras e depoimentos reuniram 1,5 mil profissionais da Reme, entre técnicos e professores. Os profissionais além de ouvirem as histórias, também tiveram a oportunidade de participar de uma palestra diária que abordou a qualidade de vida do profissional que trabalha diretamente com pessoas com deficiência. A palestra foi ministrada pela técnica Leila Tatiane, da Gerência de Ensino Fundamental e Médio da Semed.
A secretária municipal de Educação, Elza Fernandes, ressaltou a importância de investir na formação dos profissionais que atuam com os alunos com deficiência e que estes momentos são importantes para quebrar preconceitos e tabus. “A nossa preocupação é promover cursos e capacitações frequentes. O importante é provocar discussões e abrir espaço para ouvir essas pessoas e ajudar a derrubar preconceitos”, destacou a secretária.
Histórias
A dona de casa e integrante do projeto de dança do ventre voltado às pessoas com deficiência, Suzana Vieira Castro, emocionou o público ao falar sobre o acidente que a deixou paraplégica aos 26 anos. Casada e na época mãe de um filho, ela falou sobre o desafio de aceitar sua nova condição.
“A cadeira de rodas causou um impacto em mim. Após um ano fui para Brasília fazer uma reabilitação e desabei, porque esperava sair andando do tratamento. Cheguei a ficar um ano sem cuidar da minha casa e do meu filho, mas voltei de lá
motivada e renovada e decidi enfrentar as dificuldades. Engravidei novamente, tive parto natural e hoje sou uma dona de casa como outra qualquer e tenho uma família linda. Agradeço por ter um marido tão compreensivo e uma vida abençoada”, afirmou.
Surpreendente também foi o depoimento da técnica da divisão de Educação Especial, Flávia Pierete, que criou o projeto inclusivo de dança do ventre que, na verdade é aberto às mulheres com todo tipo de deficiência. Flávia, que tem baixa visão no olho direito e sofre com a fibromialgia, doença que provoca dores em todo corpo falou sobre sua rotina de superação e a experiência de trabalhar há três anos de forma voluntária ministrando palestras que buscam o empoderamento das mulheres com deficiência.
“Para nós profissionais fez toda a diferença ouvir o que realmente importa para aquela pessoa ou criança com deficiência. Precisamos conhecer a realidade delas para, de fato, fazer a diferença em suas vidas, para que nosso trabalho realmente contribua. O estudo teórico é fundamental, mas também precisamos ter um olhar diferenciado. Todos saímos diferentes após esses depoimentos porque precisamos mostrar a essas pessoas que todos temos potencialidades e capacidade para superar os desafios”, pontuou.
A Reme conta com mais de mil profissionais que atendem 2.200 estudantes com deficiência. A Semed possui equipes de profissionais que fazem atendimento de Tecnologia Assistida (TA), sala de recursos funcionais (SRM), de Baixa Visão (BV), Transtorno do Espectro Autista (TEA), Equipe de Ceinfs (atendimento às crianças especiais – infantil) e NUMAPS (Núcleo Municipal de Apoio Psicopedagógico).