Criança com suspeita de estar com febre maculosa em Dourados
A febre maculosa, doença que matou ao menos quatro pessoas na região de Campinas, em São Paulo, pode estar acometendo pessoas em outras localidades do país. Um possível caso da doença é de uma criança de dois anos e 11 meses, que está em observação na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), de Dourados.
Segundo relatos da família, foi encontrado um carrapato em seu corpo na semana passada e logo depois começaram os sintomas, entre eles manchas na pele e agora com infecção no fígado. A criança ainda estaria na UPA e a família está clamando por um leito no Hospital Universitário para que o pequeno Luis Henrique receba tratamento adequado.
A informação foi repassada pelo vereador Márcio Pudim, que está acionando a Prefeitura para saber sobre as providências em relação ao enfrentamento desta doença, que é transmitida pelo carrapato-estrela, parasita que tem como principais hospedeiros animais como o cavalo e a capivara.
Ao se mostrar preocupado com o possível caso da doença em Dourados, Márcio Pudim pede informações da Prefeitura sobre as ações que são desenvolvidas na cidade para acompanhamento, controle e tratamento dessa doença., pois entende que a ação do poder público proporciona informações e orientações para a população.
O vereador busca requerer informações sobre o mapeando dos espaços públicos que podem abrigar o animal hospedeiro, como é feito o monitoramento desses locais, se a prefeitura possui informações do quantitativo de capivaras existentes nos espaços públicos ou nos locais privados (chácaras, sítios, fazendas) usados para eventos festivos, por exemplo, ou até mesmo nos residenciais abertos ou fechados com áreas verde e lagos próximos.
Na intervenção, Márcio Pudim questiona se existe no município exames regulares para identificação desses transmissores e, caso tenha, qual era o cronograma da Prefeitura para controle da proliferação dos hospedeiros,. Pudim sugere ainda que o Município de Dourados instale placas informativas nas áreas verdes abertas ao público, bem como a determinação em todos os espaços privados para que façam os mesmo procedimento, informando da presença de capivaras e do risco de contaminação por meio do carrapato-estrela, transmissor da febre maculosa.
Para saber sobre o possível caso de febre maculosa em Dourados e quais as providências tomadas, a reportagem entrou em contato, via telefone celular, com a assessoria de comunicação da Prefeitura, mas não teve retorno da ligação.
Sintomas – As vítimas em São Paulo foram internadas com picadas de inseto, febre, dores de cabeça e manchas avermelhadas no corpo. A médica Elba Lemos, pesquisadora do Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), explica que a febre maculosa começa com um quadro parecido com o de gripe, com muita dor de cabeça e febre. “Não existe febre maculosa sem febre”, afirma a especialista.
Em seguida, há progressão para manchas no corpo, parecidas com as de sarampo e rubéola. Mas uma característica importante da doença é que essas manchas aparecem nas extremidades, como palma das mãos e sola dos pés. Outros sintomas incluem: Tonteira; Cansaço; Náuseas; Vômitos; Falta de apetite; Diarreia; Dor abdominal; Dor muscular constante; Inchaço; Gangrena (morte de um tecido) nos dedos e orelhas; Pneumonia.
Em casos graves, a infecção pode causar inflamação do cérebro, insuficiência renal e paralisia dos membros, com início nas pernas, e pulmões, causando parada respiratória.
(Por Elias Ferreira, com assessoria e o Globo)