Em Mato Grosso, 70% das rodovias são mal avaliadas

Em Mato Grosso, a malha rodoviária pavimentada praticamente dobrou nos últimos 14 anos. Enquanto em 2003, o Estado contava com 4.750,4 quilômetros (km) asfaltados, no ano passado 8.076,2 km contavam com este tipo de infraestrutura. Contudo, pesquisa sobre as condições gerais das estradas abrangendo um trecho 4.842 km que cortam o Estado mostra que, em 2017, 3.443 km (71%) estavam em estado regular, ruim ou péssimo.

Os dados referentes constam no Anuário CNT do Transporte 2018, divulgado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). O Anuário traz uma série histórica sobre o setor de transporte no país, incluindo avaliação dos modais do setor: rodoviário, ferroviário, aquaviário e aéreo.

Ainda conforme a CNT, do total pesquisado em Mato Grosso 172 km eram ótimos e 1.227 km em boas condições. Um dos quesitos que mais pesam na avaliação negativa das estradas pavimentadas é o da geometria. Neste item, segundo a pesquisa, 1.495 km foram considerados como péssimos e 1.425 ruins. Os demais estão entre ótimo (25 km), bom (1.301km) e regular (596km).

Já em se tratando do pavimento, 1.222 Km foram classificados como ótimos, 589 km bons, 1.763 km como regular, 1.188km ruins e 80km péssimos. Já no quesito sinalização, a maior parte ficou entre bom (1.457km) e regular (1.899km). Apenas 219 km foram considerados ótimos. Já a malha rodoviária estadual não pavimentada era de 54.388,4 km, em 2017.

A pesquisa revelou também um incremento da frota de veículos no Estado, onde o número saltou de 674.792, em 2005, para 2.017.543, neste ano. Quanto a quantidade de passageiros transportados por quilômetro em linhas interestaduais semiurbanas (inferiores a 75 km) foram 472.499 usuários.

ACIDENTES – Também houve uma evolução do número total de acidentes de trânsito em rodovias federais, nos últimos 10 anos. Em 2008, o Estado contabilizava 3.110 sinistros.

No ano passado, foram 3.518 acidentes, quantidade maior que a registrada em 2016, com 3.260 ocorrências. Contudo, o ano de maior pico foi 2013 com 4.572 acidentes. No mesmo período, o número de sinistros de trânsito com vítimas saltou de 1.295 para 1.818.

Mas, o número de mortes reduziu nas rodovias do Estado. Enquanto em 2008, ocorreram 233 óbitos, no ano passado 191 pessoas perderam a vida nas rodovias que cortam Mato Grosso. O número é menor que em 2016, quando ocorreram 220 mortes e, que em 2015, que teve 282 óbitos.

Assim, o índice de mortes no Estado ficou abaixo da média nacional e regional em 2017. Em todo o país, foram registrados sete óbitos em decorrência de acidentes por 100 mil habitantes, enquanto o estado contabilizou taxa de 5,4. No Centro-Oeste, a média foi de 6,8.

ROTA DO OESTE – O documento demonstra ainda que em 2017 foi registrado o menor número de mortes dos últimos 11 anos nas rodovias federais de Mato Grosso, incluindo o trecho sob concessão da BR-163, BR-364 e rodovia dos Imigrantes (BR-070). Os dados seguem o levantamento realizado pela Concessionária Rota do Oeste, com base nas estatísticas da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que demonstra uma redução importante no número de mortes nos trechos sob concessão, principalmente entre os anos de 2013 e 2017, que foi de 41%.

Na avaliação do diretor de Operações da Rota do Oeste, Fernando Milléo, as informações do Anuário CNT do Transporte 2018 vêm para reforçar a importância do trabalho realizado pela Concessionária e pela PRF na principal rodovia de Mato Grosso, a BR-163, que passou a contar com estrutura diferenciada a partir de 2014, especialmente no que se refere ao atendimento às vítimas.

“Realizamos mais de 320 atendimentos por dia ao longo dos 850,9 quilômetros sob concessão. Atualmente, a Rota do Oeste oferece aos motoristas um aparato operacional, com 76 veículos, 18 ambulâncias, sendo cinco UTIs móveis, disponíveis para socorro imediato. Temos 18 bases que prestam atendimentos diversos, que vão desde a avaliação clínica de pessoa que passa mal ao resgate e encaminhamento hospitalar de vítimas de acidentes. Somado a isso, a rodovia conta ainda com a fiscalização e a presença da PRF no atendimento das ocorrências”, destacou por meio da assessoria de imprensa.

Ele aponta ainda que, com relação ao setor rodoviário de Mato Grosso, o estudo demonstra que houve uma melhora entre os anos de 2013, quando a Rota do Oeste não atuava no estado, e 2017. No primeiro ano, Mato Grosso contava com apenas 30 quilômetros de rodovias consideradas em estado ‘Ótimo’, contra 172 quilômetros classificados na mesma condição em 2017, o que representa um aumento de 473%.

(Fonte: Diário de Cuiabá)

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