Levantamento mostra que 238 comunidades de povos tradicionais vivem em Mato Grosso

A comunidade quilombola de Mata Cavalo, em Nossa Senhora do Livramento (42 km ao sul de Cuiabá) e os extrativistas da reserva Guariba Roosevelt, em Colniza (1.065 km a noroeste) possuem algo em comum: fazem parte das 238 comunidades que abrigam os povos tradicionais em Mato Grosso.

Um levantamento realizado pelo Ministério Público Federal (MPF) mostrou a localização de 7 tipos de comunidades tradicionais. Para serem enquadradas como tal, além da autodeclaração, essas famílias se enquadram em requisitos como preservação dos costumes e sobrevivência a partir dos recursos naturais.

Das 238 comunidades tradicionais, 103 são de povos indígenas. Entre estes, 16 estão no Parque Indígena do Xingu, localizado entre os municípios de Feliz Natal (536 km ao norte de Cuiabá), Gaúcha do Norte (595 km ao norte) e Querência (945 a nordeste). Com diferentes identidades étnicas e costumes, vivem na região os povos Aweti, Ikpeng, Kaiabi, Kalapalo, Kamaiurá, Kisêdjê, Kuikuro, Matipu, Mehinako, Nahukuá, Naruvotu, Wauja, Tapayuna, Trumai, Yudja e Yawalapiti.

No levantamento do MPF, também constam povos menos expressivos em número de habitantes, mas que também preservam a cultura tradicional, como as comunidades de terreiro. No estado são 6 comunidades com vínculos na tradição de matriz africana, que mantêm costumes como respeito aos ancestrais, relação próxima com o meio ambiente, entre outras características, chamadas de comunidades de terreiro.

Também constam no levantamento as famílias que vivem a beira dos rios. São exemplos desse aspecto comunidades de pescadores artesanais, ou seja, aqueles que utilizam métodos mais antigos de pesca, e também os ribeirinhos, que constroem as famílias e seus costumes em função do rio – o que inclui as cheias e as secas.

Já a comunidade de Mata Cavalo é uma das 22 famílias quilombolas em Mato Grosso mostradas pelo levantamento. As comunidades ciganas fazem parte das comunidades tradicionais no estado, com 12 núcleos familiares, com concentração em Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis (212 km ao sul) e Tangará da Serra (239 km a médio-norte).

De acordo com o estudo sobre as comunidades tradicionais, cerca de 650 mil famílias se encaixam nessa descrição no Brasil e o Pará é o estado que mais concentra as comunidades tradicionais, com 20% dessa população. Os números foram checados através das informações de cadastros do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), IBGE e o CadÚnico.

(Fonte: Gazetadigital)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *