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Morre o artista plástico Jonir Figueiredo

Morreu na madrugada deste sábado (26), em Bonito, o artista visual e produtor cultural Jonir Figueiredo, aos 73 anos. Ele estava prestigiando 3º Bonito CineSur – Festival de Cinema Sul-Americano de Bonito, aberto na noite de sexta-feira naquela cidade e hospedado na residência do casal de amigos Elinelson José Limberti e Rita de Cassia Pacheco Limberti, quando se recolheu para dormir e foi encontrado sem vida pela manhã.

Jonir, que já residiu na cidade turística, esteve com vários amigos na desde que chegou a Bonito e havia comentado que estava muito feliz por estar de volta à cidade onde já expôs seus trabalhos e participou de eventos culturais. Sua despedida, de forma discreta, foi precedida de encontros com amigos residentes em Bonito e que também foram prestigiar o festival.

A artesã Buga Peralta, que tem seu ateliê em Bonito, onde produz esculturas em cerâmica e madeira, pinturas, costura e bordado, porcelana e cerâmica, afirmou em postagem que na sexta-feira conversou por mais de uma hora com Jonir, seu amigo de longa data e sobre diversos assuntos. O jornalista Bosco Martins afirmou que Jonir estava cheio de planos em reabrir seu ateliê e que sua obra ficará para sempre marcada como uma das mais importantes de Mato Grosso do Sul.

O ARTISTA

Jonir Benedito de Figueiredo nasceu em Corumbá (MS), em 23 de setembro de 1951 e se encantou pelas arte, especialmente do Pantanal, ao acompanhar o trabalho de seu pai pela planície alagada. Do contato direto com a natureza pantaneira, surgiu o artista visual, que aos poucos foi conquistando seu espaço como um dos mais importantes de Mato Grosso do Sul e valorizando também o trabalho de outros artistas, com exposições coletivas e divulgação de obras artísticas dos colegas.

Formado em Educação Artística pela Faculdade Unidas de Marília (SP), Jonir Figueiredo teve sua obra inspirada nas imagens da fauna e da flora pantaneira, da sinuosidade dos rios da região e na convivência em áreas de conservação permanente. ¨O Pantanal é uma região que precisa de nossa interferência, para que não se transforme em um deserto, no túmulo de nossa belezas naturais e das centenas de aves e animais que sobrevivem nesse bioma”, afirmou o artista em um trabalho que realizou há três anos sobre o universo pantaneiro.

Jonir expôs em diversos estados brasileiros e também em vários países, como Alemanha, onde levou suas performances e obras da cultura pantaneira; na França, onde contou com o apoio da escritora Mazé Torquato Chotil, com exposições e arte educação para crianças e jovens; Portugal, Japão e em Nova York, onde integrou uma comitiva que levou para os Estados Unidos a arte, o turismo e a economia brasileira para os Estados Unidos.

Com mais de 50 anos de trajetória artístico-cultural, Jonir Figueiredo participou na criação do Movimento Cultural Guaicuru, que reuniu artistas de várias regiões de Mato Grosso do Sul, alguns dos quais também sempre reverenciou suas memórias, como Henrique Spengler, Isaac de Oliveira, Lídia Baís, Adilson Schieffer, Manoel de Barros, Maria da Glória Sá Rosa, entre outros nomes que marcaram a cultura sul-mato-grossense. Jonir partiu, mas deixa um legado de talento, que espalhou por onde passou. (Texto e foto: Elvio Lopes)

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