SAÚDE DE RONDONÓPOLIS PODE SER A PRIMEIRA DO CENTRO-OESTE A ENTRAR EM COLAPSO

Imagine uma casa com quatro pessoas e com apenas um vaso sanitário dentro dela. Agora imagine as quatro pessoas residentes com diarréia ao mesmo tempo e precisando usar o sanitário. É claro que vai faltar vaso para atender a demanda. Assim são o casos de covid 19, que por ser um vírus agressivo obriga o paciente a tratamento intensivo nos hospitais. E as casas de saúde não tem Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) disponíveis.

Esta triste realidade poderá ser vivenciada por Rondonópolis, a principal cidade do interior de Mao Grosso e uma das principais da região Centro-Oeste. O município atingiu nesta segunda-feira (08/06) uma taxa de ocupação de 80,6% de seus leitos de UTI, ou seja, 25 dos 31 leitos disponíveis estão ocupados.

Na rede pública são 17 leitos dos 20 ocupados, enquanto na rede particular oito dos 11 leitos estão  ocupados. Com a avanço agressivo do contágio, a tendência é a taxa de ocupação aumentar.  A taxa de atenção para um colapso é quando se atinge 70% da capacidade oferecida. Rondonópolis chega a quase 81% e o sinal de alerta máximo já está ligado.

O cenário é preocupante e o município pode entrar em colapso em sua rede de atendimento ainda nesta semana. Ou seja, vai ter mais pacientes graves do que vagas nas UTIs. Aliado a esta preocupação, a o patrimônio humano da estrutura pública começa a adoecer, com contágio de servidores nos mais diferentes setores da administração. Até a Prefeitura foi fechada para atendimento presencial em função de vários trabalhadores testarem positivo para  Covid 19.

Pelo cenário que se avizinha, o  bloqueio total (lockdown) é uma medida considerada até natural para tentar conter o surto da doença no município. Esta medida, porém, é vista como extrema por empresários locais, que já se revoltaram até mesmo com a proibição do comércio nos fins de semana. Levantamentos apontam que a flexibilização do isolamento em Rondonópolis, principalmente com a abertura do comércio, tem sido um indutor da proliferação do vírus.

Fora o esforço dos trabalhadores da saúde pública, o Ministério Público (Estadual e Federal) tem sido a voz mais forte em defesa da saúde em Rondonópolis, cobrando ações mais severas de restrição de pessoas e um isolamento social verdadeiro no município.

Por ser polo regional, Rondonópolis atende não apenas seus moradores, mas dá suporte a região Sudeste de Mato Grosso, o que representa 18 cidades e cerca de 600 mil habitantes. Em casos graves, esta população regional depende da estrutura de Saúde do município.

Rondonópolis tem três hospitais com leitos disponíveis de UTI, sendo o Hospital Regional, a Santa Casa e o hospital da Unimed, que somam 31 leitos. Até a data de 8 de junho, o município computa 382 casos confirmados.

Se comparado com Dourados-MS, uma cidade do mesmo tamanho e número de habitantes, Rondonópolis  tem menos casos, mas a cidade mato-grosense  não está fazendo testagem em massa no município. Com os testes, Dourados passou de 301 na semana passada para 613 casos nesta semana.

 

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