Toxoplasmose: Universidade brasileira testa vacina inédita contra doença em gatos

A Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) em Lages vai testar a eficácia uma vacina inédita contra a toxoplasmose felina, doença para qual ainda não há imunizante. O estudo será realizado em parceria com a empresa francesa Vaxinano, desenvolvedora do produto e vinculada à Universidade de Lille, na França.

O imunizante que será testado foi desenvolvido em forma de spray intranasal, mais uma inovação da pesquisa. O objetivo da vacina é estimular a memória imune celular das mucosas dos felinos para reduzir ou impedir a eliminação de oocistos nas fezes, quebrando a primeira etapa da cadeia de transmissão do Toxoplasma gondii.. A expectativa é que o teste de eficácia dure cerca de dois anos.

É a primeira vez que uma empresa europeia financia uma universidade pública brasileira para realizar o teste de eficácia de uma vacina experimental. A empresa financiou a instalação da unidade experimental e a execução do projeto, incluindo bolsa de iniciação científica para alunos de graduação em Medicina Veterinária da Udesc Lages, um investimento de cerca de R$ 160 mil. Os testes devem começar assim que a primeira remessa de vacinas chegar ao Brasil.
No começo de 2022, pesquisadores do Centro de Referência em Toxoplasmose Humana e Animal da Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Paraná, desenvolveram a primeira vacina contra toxoplasmose suína no mundo baseada em proteínas recombinantes.
Sobre a doençaA toxoplasmose é uma doença que pode gerar graves complicações na saúde animal e humana, principalmente em gestantes e em pessoas com o sistema imunológico debilitado. A enfermidade é causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, que pode ser encontrado nas fezes de gatos e outros felinos.

A consequência mais grave, tanto para os animais quanto para o ser humano doente, é o aborto. No caso do ser humano, a toxoplasmose pode deixar ainda uma série de sequelas no nascido, como surdez, hidrocefalia e deficiência mental.

Quando os gatos são infectados pelo parasita pela primeira vez na vida, acabam eliminando oocistos nas fezes, que se espalham pelo meio ambiente e podem infectar diferentes espécies animais. Após o período inicial da infecção, o protozoário entra em um estado de dormência, alojando-se por todo o corpo dos animais infectados.

Após eliminados pela primeira vez por meio das fezes dos gatos, os oocistos levam pelo menos dois dias no ambiente para se tornar infectante. A limpeza diária da caixa de areia dos gatos já é o suficiente para eliminar o problema dentro de casa.

O maior risco de transmissão para seres humanos é, justamente, a ingestão de carne contaminada crua ou mal passada, principalmente de animais de caça, pequenos ruminantes e suínos. (Fonte: O Globo)

 

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