ANM: MT tem barragem com alto risco de acidentes e rompimento

O presidente da Agência Nacional de Mineração, Victor Hugo Bicca – Foto: Agência Senado

Uma barragem localizada em Poconé (a 104 km de Cuiabá) foi classificada como de alto risco de acidentes pela Agência Nacional de Mineração (ANM), em relatório divulgado no dia 19 de janeiro.

Conforme o documento o empreendimento contém, atualmente, 450 mil metros cúbicos de areia e, caso rompa, há risco de dano potencial médio.

A empresa de mineração está em nome de Ismael Ledovido de Arruda, de acordo com o relatório. A BR Ismael é uma das 30 exploradoras de Mato Grosso que aparecem no documento (veja o relatório completo no final da matéria).

Outra barragem que chama atenção no estudo é a Casa de Pedra, em nome da Maney Mineração Casa de Pedra Ltda, que, apesar de ser classificada como de baixo risco, caso haja um acidente, poderá provocar danos altos.

Em 2017, a mineradora em questão foi vendida à Jéssica Souza, filha de Valdinei Mauro de Souza, um dos sócios do atual governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), por R$ 2,8 milhões.

A mineradora possui jazidas de ouro em Mato Grosso avaliadas em R$ 723 milhões. Atualmente, o dique é responsável por conter 15,6 milhões de metros cúbicos de rejeitos de ouro primário.

No documento, outras quatro barragens são apontadas com potencial de dano em Mato Grosso caso haja algum acidente – mas nenhuma delas tem risco elevado de rompimento.

São elas: Dique de Finos, da Mineração Apoena, em Vila Bela; a Barragem EPP, da mesma empresa, localizada em Pontes e Lacerta; além de duas barragens que estão sob propriedade da NX Gold SA, em Nova Xavantina.

Brumadinho e Mariana

O relatório foi publicado dias antes do rompimento de uma barragem da mineradora Vale na Mina Feijão, em Brumadinho (MG), na última sexta-feira (25). A tragédia deixou o País em estado de alerta sobre a situação de risco de outras barragens.

A avalanche de lama e restos e mineração devastou parte de Brumadinho, localizada na região metropolitana de Belo Horizonte. Até o momento, 60 mortes foram confirmadas e o número de desaparecidos subiu para 292.

Em novembro de 2015, outra barragem da Vale, localizada no subsdistrito de Bento Rodrigues, a 35 km de Mariana (MG), também rompeu.

O rompimento da barragem de Fundão foi um desastre ambiental que causou o maior impacto ambiental da história brasileira e o maior do mundo envolvendo barragens de rejeitos, com um volume total de 62 milhões de m³.

A lama chegou ao Rio Doce, que abrange 230 municípios dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, muitos dos quais abastecem sua população com a água do rio.

Ambientalistas consideraram que o efeito dos rejeitos no mar continuará por pelo menos mais cem anos, mas não houve uma avaliação detalhada de todos os danos causados pelo desastre.

Veja AQUI o relatório completo.

(Fonte: Midianews)

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