Autora de fake news sobre caixões em BH se entrega à polícia e pede perdão

Valdete Zanco gravou vídeo se desculpando por divulgar notícias falsas sobre a pandemia de COVID-19 – Foto: Reprodução/internet

Depois de ser identificada, a mulher que gravou um vídeo propagando notícias falsas sobre caixões sendo enterrados com paus e pedras quando deveriam ter supostas vítimas da COVID-19 em Belo Horizonte se desculpou. Em nova gravação nesta quarta-feira (6), ela se retrata pelo ocorrido. Nessa terça, Valdete Pereira Zanco já havia publicado nota de retratação por meio de seu advogado.

Desta vez, Valdete foi identificada formalmente pela Polícia Civil, que compareceu à cidade de Campanha, no Sul de Minas, e levou a investigada até a uma delegacia para prestar depoimento. Ela gravou o vídeo se retratando e teve o celular apreendido para exames periciais.

Nas imagens, Valdete diz estar arrependida e pede perdão ao prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, ao governador Romeu Zema, e a todos que ‘se sentiram entristecidos’ pelo ato. “Sofri bastante com tudo isso que aconteceu e estou aqui para pedir desculpa e perdão”, afirmou.
Desde a semana passada, após o vídeo gravado por Valdete viralizar, a Polícia Civil buscava informações sobre autora e havia até pedido para que a população ajudasse a identificá-la, ao mesmo tempo em que orientava a mulher a se apresentar a uma delegacia para se explicar.
A gravação causou grande impacto nas redes sociais, servindo para que muitos questionassem as medidas adotadas pela PBH de fechamento do comércio e manutenção do distanciamento social e até quanto ao alcance e a letalidade do novo coronavírus.
A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar eventual crime de denunciação caluniosa, além de difamação contra autoridade pública e contravenção penal de provocação de tumulto ou pânico. A pena para esses casos, somadas, pode chegar a até nove anos de prisão, além de multa.
“Ela havia visto no Facebook um fato ocorrido em Belo Horizonte no qual caixões com pedras e pedaços de madeira haviam sido desenterrados. Na data da gravação do vídeo, no interior da loja onde trabalha, ela recebeu um cliente que, coincidentemente, fez os mesmos comentários, o que a fez julgar o ocorrido como verdade”, alega o advogado Alexsander Ribeiro, em nota divulgada nessa terça-feira.
“Valdete reconhece humildemente o erro e pede perdão ao município de Belo Horizonte e a seu ilustre prefeito e a todos quantos foram atingidos negativamente por este equívoco que cometeu. Gostaria ainda de frisar que minha cliente já se apresentou à Delegacia de Polícia Civil da cidade de Jacutinga/MG na data de 04/05/2020, onde foi lavrada a ocorrência, deixando registrado o incidente, contribuindo com a Justiça e para que essa seja promovida”, disse o advogado.

CONFIRA A ÍNTEGRA DO VÍDEO

“Quero, primeiramente, falar um bom dia para todos. Agradecer também à Polícia Civil, que veio aqui para eu esclarecer e pedir desculpa, perdão. Para o prefeito de BH, o governador, o estado de Minas Gerais e para as famílias que se sentiram entristecidas com aquilo. Quero, diante de todos, pedir desculpa, perdão. Não era a minha intenção, eu não propaguei. Eu quero agradecer e dizer que estou arrependida, muito triste, sofri bastante com tudo isso que aconteceu e estou aqui para pedir desculpa e perdão”.

CONFIRA A ÍNTEGRA DA RETRATAÇÃO

“Venho a público esclarecer a respeito do vídeo gravado pela minha cliente Valdete Zanco e que repercute nas redes sociais. Ela havia visto na rede social denominada Facebook um fato ocorrido no município de Belo Horizonte, do qual caixões haviam sido desenterrados e localizado em seu interior pedras e pedaços de madeira. Na data da gravação, no interior da loja onde trabalha, ela recebeu um cliente que, coincidentemente, fez os mesmos comentários, o que a fez julgar o ocorrido como verdade.
Quero deixar claro que o vídeo foi postado unicamente em um grupo de WhatsApp de família, tanto que no início o vídeo chama a atenção de um certo Hernandes, sendo este irmão da minha cliente. Com o vazamento do vídeo do grupo de família, ele chegou a ser compartilhado em um canal de Youtube, colaborando assim pela propagação. Desconhecemos a forma como o vídeo ganhou notoriedade nas redes sociais e nos demais veículos de comunicação.

Valdete reconhece humildemente o erro e pede perdão ao município de Belo Horizonte e seuiIlustre prefeito e a todos quantos foram atingidos negativamente por este equívoco que cometeu. Gostaria ainda de frisar que minha cliente já se apresentou à Delegacia de Polícia Civil da cidade de Jacutinga/MG na data de 04/05/2020, onde fora lavrada a ocorrência, e deixado registrado o incidente, contribuindo com a justiça e para que essa seja promovida.

Me coloco à disposição, Dr. Alexsander Ribeio – OAB/SP 343.210.”

(Fonte: O Estado de Minas)

 

 

A mulher que espalhou “fake news” pelas redes sociais sobre caixões de vítimas da covid-19 que estariam sendo enterrados somente com pedras e madeira se apresentou à polícia nesta terça-feira (5).

Procurada pelas autoridades, ela se apresentou na delegacia da Polícia Civil de Jacutinga, a cerca de 400km de Belo Horizonte, acompanhada de um advogado, e pediu desculpas.

No vídeo, em tom de deboche, a mulher diz que Belo Horizonte está “infestado de coronavírus” e que caixões foram enterrados com pedras e madeiras.

— Aqui em Minas está acontecendo um caso muito engraçado. Principalmente em BH. Você sabe quem é o prefeito de BH, né? Estao enterrando um monte de gente com coronavírus em BH. A própria familia está enterrando, para não ter aglomeração. Mandaram ir lá e arrancar todos os caixão (sic) para poder fazer o exame para ver se é coronavírus mesmo. E sabe o que tem dentro dos caixão (sic)? Pedra e madeira. Palhaçada não é não?

Crime

Mais cedo, em entrevista coletiva, delegados da Polícia Civil de Minas Gerais disseram que ela poderá responder por três crimes e ser condenada a até nove anos de prisão.

De acordo com o delegado Wagner Sales, a autora do vídeo, poderá ser condenada pelos crimes de denunciação caluniosa, difamação contra o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), que é citado na filmagem, e pela contravenção penal de propagação de pânico.

Além de prisão, a Justiça pode determinar o pagamento de multa, com valor a ser determinado pelo juiz.

(R7)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *